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No último mês de junho, o Café com Ciência abordou a temática: Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD) que consiste em uma estrutura com uma série de recomendações de como comunicar e gerenciar os riscos climáticos-financeiros a que as empresas estão expostas. Desta forma, ciente de que o tema sustentabilidade e mudanças climáticas é muito relevante, neste mês vamos abordar outro indicador muito importante na estruturação do relatório de sustentabilidade das empresas, a Global Reporting Initiative (GRI). A GRI é uma organização internacional, independente e sem fins lucrativos que auxilia as empresas e outras organizações a estruturar, comunicar e divulgar o impacto de suas atividades no meio ambiente.
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A GRI foi fundada em 1997 após a comoção pública com relação ao acidente do navio da Exxon Valdez que provocou o vazamento de 11 milhões de galões de petróleo no oceano, o que causou uma série de impactos ambientais. Três anos depois, em 2000, foram lançadas as primeiras diretrizes globais para relatórios de sustentabilidade das empresas. A partir disso, diversas atualizações foram feitas nas estruturas da GRI, até que em 2016, a GRI deixou de fornecer diretrizes e começou a estruturar os padrões globais de relatórios de sustentabilidade - a GRI Standards - que também são atualizados quando necessário.
Mas o que isso tem haver com sua empresa??
Os padrões da GRI permitem que a empresa divulgue publicamente seus impactos mais significativos na economia, no meio ambiente, nas pessoas e, ainda, como a empresa gerencia estes impactos. Isso torna a companhia mais transparente e aumenta a responsabilidade organizacional da mesma. Os padrões da GRI são um como um sistema modular interconectado e são divididos em três módulos: os padrões universais que se aplicam a todas empresas, os padrões setoriais que se aplicam a empresas de setores específicos e os padrões de tópicos que se aplicam a algum tópico individual. De maneira geral, o GRI é dividido da seguinte forma:
- GRI 101 e 102: Informações gerais da estrutura do relatório, da companhia e das abordagens da gestão;
- GRI 103: Tópicos Materiais - Orientações de como determinar os tópicos materiais da organização.
- GRI 200: Impacto econômico - Informações financeiras e indicadores econômicos;
- GRI 300: Impacto ambiental - Indicadores sobre a gestão do impacto ambiental;
- GRI 400: Impacto social - Indicadores sobre práticas trabalhistas, direitos humanos, entre outros.
Tudo bem, quero adotar os padrões da GRI, e agora? Certo, vamos lá!
Um conceito importante para seguir as normas da GRI é entender o conceito de tópicos materiais. Os tópicos materiais são definidos de acordo com os impactos da companhia na dimensão econômica, ambiental e de pessoas, incluindo os direitos humanos. De maneira geral, para se definir os tópicos materiais da companhia, pode-se seguir uma metodologia considerando desde documentos internos da empresa até avaliação de notícias relacionada a companhia, sendo esta lista filtrada posteriormente pela governança da empresa e seus stakeholders. Após este filtro, é construída a matriz de materialidade que irá demonstrar quais tópicos são mais relevantes para a empresa naquele momento.
Os padrões da GRI possuem alguns detalhes no qual deve-se tomar cuidado. Todas as diretrizes das normas possuem requisitos no qual a empresa deve relatar para estar de acordo com a GRI. Além dos requisitos, existem também as orientações e as recomendações. Os requisitos são obrigatórios e seguidos dentro do contexto das orientações e recomendações, sendo que estes dois últimos não são obrigatórios.
Para ficar mais claro, vamos analisar resumidamente o relato 201-2 referente às Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades devido às mudanças climáticas. Como requisito, a companhia deve “divulgar os riscos e oportunidades apresentados pelas mudanças climáticas com potencial de gerar mudanças substanciais nas operações, receitas ou despesas”, incluindo:
I. uma descrição do risco ou da oportunidade e sua classificação como físico, regulatório ou de outra natureza;
II. uma descrição do impacto associado ao risco ou à oportunidade;
III. as implicações financeiras do risco ou da oportunidade antes de serem tomadas medidas;
IV. os métodos utilizados para gerenciar o risco ou a oportunidade;
V. os custos das medidas tomadas para gerenciar o risco ou a oportunidade.
Como dito anteriormente, o destaque acima é obrigatório, mas há recomendações que podem ser feitas e não são obrigatórias, por exemplo: quando descrito um risco, qual foi o fator gerador deste risco que a companhia está inserida? A criação de alguma lei? Algum fator da natureza física, como a escassez de água? Pode ser descrito, mas não é obrigatório. Além disso, também existem as orientações que podem ser utilizadas para guiar a divulgação da norma.
Dentro deste contexto de riscos e oportunidades frente às mudanças climáticas, a Climatempo possui grande experiência em caracterizar os riscos físicos climáticos no qual o negócio está inserido, tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo. Se analisarmos, por exemplo, a geração de energia eólica, pode-se auxiliar na avaliação dos riscos de descargas atmosféricas e sua relação com a operação e manutenção dos parques. Além disso, pode-se avaliar os riscos de geração frente aos cenários de projeções climáticas nas próximas décadas e também no contexto de complementaridade de fontes, auxiliando no discovery de novas oportunidades frente a tais mudanças do Clima.
Por fim, destaca-se a importância da GRI para avaliação do comprometimento das empresas em avaliar seus impactos sociais, ambientais e de pessoas, aumentando significativamente o comprometimento da companhia em se tornar mais sustentável.
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