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Os três portos ucranianos designados para escoar as exportações de cereais do país "retomaram o trabalho" nesta quarta-feira (27/07), anunciou a Marinha da Ucrânia.
Os portos de Odessa, Chornomorsk e Pivdenny voltaram a operar após um acordo assinado com a Rússia e intermediado pela Turquia e pela ONU na sexta-feira para liberar cerca de 25 milhões de toneladas de cereais bloqueados no Mar Negro.
O acordo, porém, quase foi comprometido no sábado, poucas horas após a assinatura, depois de um bombardeio russo no porto de Odessa atrair uma onda de condenação mundial, embora Moscou tenha enfatizado que o objetivo era atingir uma infraestrutura militar, e não impedir a retomada dos embarques.
Na segunda-feira, o governo ucraniano afirmou que esperava retomar ainda esta semana as exportações de cereais, cruciais para a segurança alimentar global, já que os preços dos alimentos dispararam desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, que vem impedindo o escoamento da maior parte dos grãos.
Centro de coordenação na Turquia
Também nesta quarta-feira, foi inaugurado em Istambul, na Turquia, o Centro de Coordenação Conjunta, responsável pelo controle das exportações através do Mar Negro, seguindo os termos do acordo assinado na semana passada, que inclui dois documentos: um sobre as exportações de cereais da Ucrânia e outro sobre a exportação de produtos agrícolas e fertilizantes russos.
O Centro será dirigido por representantes das partes envolvidas: um ucraniano, um russo, um turco e um membro da ONU, que deverão estabelecer o cronograma de rotação de navios.
O acordo implica, também, que seja feita uma inspeção dos navios que transportam os cereais, para garantir que não levem armas para a Ucrânia.
"A saída e a entrada de navios nos portos marítimos serão feitas em comboio. Mas primeiro haverá um trabalho árduo dos hidrógrafos" para determinar rotas seguras, informou a Marinha ucraniana.
Grandes produtores mundiais
A Rússia e a Ucrânia estão entre os maiores produtores de grãos do mundo. Antes do início da invasão russa, os dois países juntos forneciam cerca de 30% do trigo comercializado no mundo. O cereal é urgentemente necessário no mercado mundial – especialmente na Ásia e na África.
"Os famintos do mundo não podem esperar", disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, saudando o acordo na sexta-feira. "Agora podemos não apenas retomar o trabalho de nossos portos do Mar Negro, mas também manter a proteção necessária para eles", acrescentou.
Este conteúdo é uma obra originalmente publicada pela agência alemã DW. A opinião exposta pela publicação não reflete ou representa a opinião deste portal ou de seus colaboradores. Deutsche Welle