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Imagem: Getty Images
O impacto das mudanças climáticas combinadas ao avanço de construções irregulares foi retratado com destaque esta semana pela revista científica Nature, que classificou o primeiro semestre de 2022 como “um dos mais mortais já registrados por deslizamentos de terra”.
Citando os deslizamentos ocorridos durante o período em Petrópolis, no Rio De Janeiro, entre os que aconteceram em Quito, no Equador, e Dosquebradas, na Colômbia, a publicação britânica ressaltou que os desastres causados por deslizamentos de terra vêm piorando: se tornaram dez vezes mais frequentes nos últimos 50 anos, segundo a AGU, associação científica internacional sem fins lucrativos.
Mais de 80% dos deslizamentos de terra fatais ocorrem nos trópicos, de acordo com artigo publicado pela União Europeia de Geociências indicado pela reportagem. Segundo a edição de maio de 2021 do International Journal of Disaster Risk Reduction, a investigação das principais causas e fatores que levam as pessoas mais vulneráveis a ocupar locais propensos a riscos deve levar em conta desigualdades econômicas e políticas, incluindo economias rurais sustentáveis e o crescimento populacional.
No Brasil, o maior levantamento já realizado sobre o assunto identificou que 8,3 milhões viviam em áreas de risco de deslizamentos de terra, inundações e enxurradas em 2010, segundo pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).