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Julho de 2022 foi o segundo julho mais quente já registrado

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Um verão de calor extremo no Hemisfério Norte, com temperaturas de 40°C em lugares da Europa onde, até pouco tempo, nunca se imaginou que poderia ocorrer, incêndios florestais devastadores, o auge do inverno no Hemisfério Sul com temperaturas de primavera no Brasil. Seca e racionamento de água por causa da falta de chuva, mortes provocadas pelo calor excessivo e prolongado. Estes foram os assuntos que dominaram as manchetes mundiais sobre o Clima de julho.


O balanço mensal da temperatura global de julho de 2022 corroborou o calor sufocante e surpreendente sentido no ar, na pele e no solo: foi um dos três julhos mais quentes já registrados no mundo.  


A conclusão foi baseada nos cálculos do Copernicus Climate Change Service, do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), e divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta terça-feira, 9 de agosto. O Copernicus publica boletins climáticos mensais informando sobre as mudanças observadas na temperatura global do ar à superfície, cobertura de gelo marinho e variáveis ​​hidrológicas. A OMM usa dados do ECMWF e outros conjuntos de dados reconhecidos internacionalmente para seus relatórios sobre o estado do clima global.

 

Em 2022, mundo teve o terceiro julho mais quente já registrado

 

Julho de 2022

 

  •  um dos três julhos mais quentes já registrado
  •  ondas de calor prolongadas e intensas afetando partes da Europa
  •  gelo marinho da Antártida foi o mais baixo para julho já registrado
  •  a França teve o julho mais seco já registrado, com um déficit de chuvas de 85% em nível nacional
  •  Reino Unido ultrapassou a marca de 40°C pela primeira vez na história
  •  julho de 2022 foi o mês mais quente já registrado na Espanha
  •  EUA tiveram seu terceiro julho mais quente já registrado


Temperatura do ar na superfície de julho de 2022


Globalmente, julho de 2022 foi um dos três julhos mais quentes já registrados. A temperatura média global ficou cerca de 0,4°C acima da temperatura de referência para julho, considerando o período de 1991 a 2020. Julho de 2022 foi ligeiramente mais frio que julho de 2019 e ligeiramente mais quente que julho de 2016. 


Apesar do fraco La Niña em vigor, que tende a resfriar o clima, as massas de terra do Hemisfério Norte tiveram um julho predominantemente com temperaturas bem acima da média.

 


Calor na Europa: Espanha teve o julho mais quente já registrado


Temperaturas superiores a 40°C foram observadas em partes de Portugal, Espanha, França e até do Reino Unido, que ultrapassou esta marca pela primeira vez na história. 


A Península Ibérica registrou um número anormalmente elevado de dias com temperaturas máximas superiores a 35°C, comprovando a duração excepcional do calor excessivo na região.

 

O serviço meteorológico nacional da Espanha, AEMET, disse que julho de 2022 foi o mês mais quente já registrado nos país, e a onda de calor foi a mais intensa e duradoura (9 a 26 de julho de 2022) já observada.

 


Estados Unidos

 

Os Estados Unidos (considerando somente o território formado pelos estados na América do Norte, sem o Alasca e o Havaí) tiveram seu terceiro julho mais quente já registrado, com temperaturas recordes e/ou acima da média em quase todos os estados. O Texas teve seu julho e os períodos maio-julho e abril-julho mais quentes já registrados.

 

Várias ondas de calor, com temperaturas diurnas acima de 37,8° C, ocorreram em grande parte dos EUA em julho de 2022, contribuindo para registrar a demanda de energia e doenças relacionadas ao calor, de acordo com os Centros Nacionais de Informações Ambientais dos EUA.

 

 

Alerta para mais ondas de calor nos próximos anos


Em uma coletiva de imprensa em 18 de julho, o secretário-geral da OMM, Prof. Petteri Taalas, disse que “esse tipo de onda de calor é o novo normal”. As ondas de calor na Europa se tornarão mais frequentes, mais intensas e durarão mais.

 

Em 2050, cerca de metade da população europeia poderá estar exposta a um risco alto ou muito alto de estresse por calor durante o verão, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

 


Hemisfério Sul

 

No Hemisfério Sul, as temperaturas mais acima da média foram registradas no centro da América do Sul e no sul da África. O norte do Pacífico e o oceano adjacente à Península Antártica tiveram temperaturas acima da média.


Temperaturas abaixo da média foram observadas ao longo do oeste do Oceano Índico, do Chifre da África ao sul da Índia, em grande parte da Ásia central, bem como na maior parte da Austrália, de acordo com o Copernicus Climate Change Service.

 


Condições hidrológicas


Seca severa na Europa

 

Julho de 2022 foi mais seco do que a média para grande parte da Europa, com recordes locais de baixa precipitação quebrados no oeste e seca em vários locais do sudoeste e sudeste europeu. Essas condições afetaram a economia local e facilitaram a propagação e intensificação dos incêndios florestais. 

 

A França teve o julho mais seco já registrado, com um déficit de chuvas de 85% em nível nacional, segundo o Météo-France.


Na Europa, como um todo, o Copernicus avaliou que a precipitação, a umidade do solo e a umidade relativa estão consistentemente abaixo da média da Península Ibérica em todo o continente até o Mar Negro, incluindo Reino Unido, a Irlanda, o sul da Escandinávia, e em partes do oeste da Rússia e do Cáucaso. 


A França e partes do Reino Unido experimentaram o julho mais seco com base nos registros locais de precipitação. As contínuas e severas condições de seca, sustentadas pela falta de precipitação e ondas de calor nos últimos meses, estão afetando a agricultura e a gestão de energia em muitas áreas, incluindo o Vale do Pó, no norte da Itália. Em vários locais, incluindo Espanha, Grécia e República Checa, as condições secas facilitaram a propagação e intensificação dos incêndios florestais.

 


Seca nos Estados Unidos

 

Julho de 2022 também foi mais seco do que a média em grande parte da América do Norte. Nos EUA, inundações repentinas históricas em partes do Missouri e do Kentucky, sobrepuseram o calor e a seca em expansão. De acordo com o relatório do US Drought Monitor de 2 de agosto, 51,4% dos Estados Unidos contíguos (considerando somente os estados adjacentes na América do Norte) estavam em situação de seca.

 

A seca severa a excepcional foi generalizada da Grande Bacia à costa do Pacífico e em partes das planícies centrais e do sul. A temporada de incêndios florestais parecia estar diminuindo em todo o Alasca, mas ainda está forte nas planícies do oeste e do sul. 

 

Em todos os 50 estados, mais de 5,7 milhões de acres queimaram de 1º de janeiro a 31 de julho – quase 1,5 vez a média para esta época do ano, de acordo com os Centros Nacionais de Informações Ambientais dos EUA.

 


Mais umidade em parte da Rússia e da China

 

De acordo com o Copernicus Climate Change Service, um clima mais úmido do que a média foi especialmente notável ​​no leste da Rússia, no norte da China e em uma grande faixa úmida que se estendeu desde o leste da África, passando pela Ásia e seguindo até o noroeste da Índia.

 

Julho de 2022 também foi mais úmido do que a média em grande parte da Escandinávia, Islândia e em regiões da Europa Central e Oriental. Apesar da precipitação média, Türkiye experimentou solos mais úmidos, o legado das condições mais úmidas do que a média de junho.

 


Gelo marinho


Recorde de baixa de gelo marinho na Antártida em julho


A extensão do gelo marinho da Antártida atingiu seu valor mais baixo para julho em 44 anos de registros de dados de satélite, com 15,3 milhões de quilômetros quadrados, em média, 1,1 milhão de quilômetros quadrados (7%) abaixo da média de 1991-2020 para julho e bem abaixo do extensão mínima de gelo de julho de 2021. 


O baixo valor gelo marinho de julho de 2022 continua uma série de extensões muito abaixo da média observadas desde fevereiro de 2022 - incluindo uma baixa recorde para o mês de junho. No entanto, vale notar que a extensão do gelo marinho antártico estava acima da média em julho de 2021, o que ressalta a grande variabilidade interanual que frequentemente caracterizou o gelo marinho antártico ao longo da era do satélite, de acordo com o Copernicus Climate Change Service.

 

A extensão do gelo marinho do Ártico ficou 4% abaixo da média, ocupando o 12º lugar mais baixo para julho no registro do satélite, mas bem acima dos baixos valores de julho observados em 2019-2021.

 

 

Ondas de calor e falta de de chuva ainda estão sendo esperados até o fim de agosto e começo de setembro em partes da Europa

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