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Efeitos do La Niña no setor Portuário e da Mineração

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Neste trimestre de outono ocorreu o fenômeno La Niña mais forte desde 1950, responsável pelo resfriamento da superfície do mar na região equatorial central e leste do Oceano Pacífico. O fenômeno acontece pelo terceiro ano seguido e afeta as temperaturas no mundo inteiro, causando secas, granizos e inundações pelo Brasil além de alterar o padrão de ventos na atmosfera, intensificando a formação de furacões no Oceano Atlântico.

 

Os impactos gerados nos diversos setores econômicos, como de mineração, portuário e de infraestrutura no geral, são críticos devido a perigos causados por danos estruturais e falta de alertas, incluindo prejuízos com interrupções nas atividades.

 

De acordo com os modelos de previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), grande parte da área Norte terá pluviosidade maior que o normal, na região do Nordeste chuvas acima do comum favorecem fases sensíveis de culturas em quase todo o Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia), como o feijão e a terceira safra do milho. Em Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), outubro e novembro prometem médias um pouco mais elevadas, favorecendo o aumento dos níveis de água no solo e dos rios, contribuindo com as fases iniciais do cultivo de grãos.

 

Nas regiões Centro-Oeste a previsão climática trimestral indica pluviosidade dentro do padrão, no Sudeste médias pouco superiores a partir de outubro ajudam no armazenamento de água no solo e aumento da vazão fluvial, colaborando com as primeiras etapas do cultivo de soja, milho e algodão. Já o Centro-Sul tem previsão de chuvas abaixo do normal em grande parte da região e a estiagem pode afetar as lavouras, assim como geadas em locais de elevada altitude devido a massas de ar polar.

 

As condições típicas de primavera são rajadas de ventos fortes de leste no final da tarde, popular “Vento de Finados'', pois massas de ar frio de alta pressão deslocam sua trajetória mais pro oceano ampliando o gradiente oceano-continente de temperatura e pressão. O contraste térmico da costa mais fria com o ar quente do continente fortalece a ventilação podendo acarretar em ciclones extratropicais e ressacas extremas.

 

Situações de tempo severo como tempestades com raios e vendavais de granizo são preocupantes pois atrapalham as operações e qualidade do minério extraído. As estações com intensa pluviosidade atrasam o progresso de obras e estragam os materiais, porém suas descargas elétricas representam real ameaça à vida. E como o Brasil possui a maior incidência de raios no mundo, principalmente nessa época do ano, um monitoramento é fundamental para decisões de campo.

 

O evento triplo, com início em 2020 continuará pelos próximos seis meses, afetando a produtividade e logística de vários ramos, por isso um mapeamento de zonas climáticas é essencial para o andamento da cadeia de serviços, pois as mudanças climáticas estão cada vez mais acentuadas e inevitáveis. As análises permitem elaborar projeções para prevenir cenários de riscos econômicos e especialmente ao colaborador.

 

 

Referências


https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-06/inverno-comeca-hoje-e-deve-sofrer-influencia-do-la-nina


https://gauchazh.clicrbs.com.br/ambiente/noticia/2022/07/la-nina-deve-seguir-ate-2023-entenda-os-impactos-do-fenomeno-no-rs-cl5ing15i00by017m6tiofcx1.html


https://gauchazh.clicrbs.com.br/ambiente/noticia/2022/08/la-nina-pode-ter-duracao-inedita-neste-seculo-diz-onu-cl7hlo4du001m01f8gixgpupg.html


https://agribrasilis.com/2022/09/05/regiao-sul-do-brasil-e-a-mais-afetada-pelo-terceiro-ano-consecutivo-de-la-nina/


REIS, Ítalo Seilhe et al. Análise da Variabilidade da Temperatura do Ar em Rio Grande – RS (1913-2016). Revista Brasileira de Geografia Física, Rio Grande /RS, ano 2022, v. 15, ed. 01, p. 583-601, 17 nov. 2021.


BARBOSA, Cláudia Silva et al. Da mineração à aerotropolis: platôs do capitalismo em Minas Gerais. Sistema de Información Científica Redalyc: Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal, Belo Horizonte/MG, ano 2021, v. 5, n. 2, ed. 8203, p. 583-601, 29 jun. 2021.

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