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Com colaboração de Ana Clara Marques
A chuva deste ano no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que abrangem os maiores Reservatórios Hidrelétricos do Brasil, ajudou a elevar o nível do mesmo. Passando de 25,7% de Energia Armazenada (EAR) na média em dezembro de 2021 para 66,5% em abril de 2022. E agora, com seus 47,3% na média em novembro de 2022 está tendo o MAIOR valor para um mês de novembro nesse subsistema desde 2011, quando era de 57,0%. Lembrando que na média, em novembro de 2021 era de, apenas, 19,7% a sua média do nível de Energia Armazenada. A situação atual de EAR é a melhor dos últimos 11 anos no Brasil, fato que contribui para manter a conta de luz mais barata. Isso se dá pois a energia gerada através das usinas hidroelétricas, que possui a água como combustível, possui um custo menor em relação a energia gerada através de termoelétricas, que precisam queimar gás ou carvão para funcionar.
É importante mencionar que o subsistema Sudeste/Centro-Oeste é o maior do Brasil, responsável por cerca de 70% da capacidade de armazenamento. Além de ser a região dos principais centros consumidores de energia,por isso a importância dele.
A Energia Armazenada é a Energia disponível em um sistema de reservatórios calculada a partir dos volumes armazenados nos reservatórios e da capacidade das usinas de determinada região de gerar energia a partir desta água. Este cálculo é realizado para cada bacia e para cada subsistema, levando em consideração o nível de água em cada reservatório e o aproveitamentos de cada bacia. Ou seja, é a quantidade de energia elétrica que é possível produzir, através das usinas hidroelétricas, com a água que existe armazenada.
Quanto já choveu acima da média neste ano de 2022, até o momento, na região do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste?
Neste ano de 2022, de 01 de janeiro a a manhã de 26 de novembro a chuva ficou entre 100 e 750mm acima da média anual em pontos do centro e sul do Mato Grosso do Sul e sobre pontos do centro e leste de Mato Grosso, como entre o litoral do Rio De Janeiro ao oeste de Mineiro, no noroeste de Minas e do estado de São Paulo. Destaca-se os acumulados entre 750 e 1000mm acima da média no oeste catarinense.
Porém, ainda temos chuva bem abaixo da média entre o Acre, Rondônia e o noroeste e norte do Mato Grosso, com um déficit de mais de 1000 mm de chuva, além de boa parte de Goiás e de São Paulo também com precipitação abaixo da média.
Anomalia de precipitação de chuva entre 01 de janeiro de 2022 e 26 de novembro de 2022. Fonte:Climatempo/com dados do INMET.
Tendência de chuva para o Subsistema Sudeste/Centro-Oeste nos próximos dias
A chuva mais importante para energia do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste fica principalmente entre o sul do Goiás, Triângulo e sul mineiro e poderemos ter chuva significativa, entre 30 e 100mm até manhã de 01 de dezembro. E no decorrer de dezembro, a chuva ficará acima da média, ajudando na geração de energia com facilidade nesse período. Assim o próximo mês será bem diferente do que foi observado em dezembro de 2021, que ficou bem abaixo da média.
Tendência geral para o Brasil até o início de dezembro de 2022
Nos próximos dias o alerta é máximo para o aumento da chuva da costa sul da Bahia e do Espírito Santo até o Amazonas, com intensificação da chuva e chances de acumulados bem elevados, superiores aos 200 mm até 02 de dezembro deste ano. A chuva volumosa ocasiona alagamentos, inundações e extravasamento de rios e coloca os municípios mais afetados em estado de alerta. Além disso, até final deste mês de novembro poderá chover entre 200 e 500mm entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, da Bahia, do Tocantins, além do sul do Maranhão e do Piauí e norte de Goiás. Destaca-se para os maiores acumulados ocorrendo sobre o Espírito Santo, com valores em alguns municípios podendo superar até o início de dezembro os mais 500mm, segundo algumas simulações numéricas, estamos monitorando.
Isso tudo tem relação à alta umidade que vem da Amazônia, mais uma baixa pressão atmosférica a 1,5 km de altitude entre Minas e a Bahia no final de semana. E entre o Centro-Oeste, Sudeste e Sul as instabilidades nos próximos dias e a persistência do Vórtice Ciclônico nos Altos Níveis da atmosfera (VCAN) que ajuda a trazer pancadas de chuva fortes em sua borda, inclusive em boa parte do estado de São Paulo, em Goiás e no Paraná. Mas, vale reforçar que na costa da Bahia e do Espírito Santo entre os dias 29 de novembro e 01 de dezembro tenderá a se formar uma baixa pressão atmosférica, e que se origina muito provavelmente por um corredor de umidade oriundo da Região Norte do país. E essa baixa poderá ser um ciclone subtropical no final de novembro e início de dezembro, podendo virar uma depressão ou tempestade subtropical, estamos monitorando se isso ocorrerá ou não.
A chuva também aumenta bastante entre o litoral, sudeste e nordeste catarinense, no leste paranaense e também aumentando em boa parte do litoral paulista, como no Vale do Ribeira, com acumulados de 200 a 700mm na média, e risco de perigo, pois tem potencial de chuva volumosa em um curto período de tempo já e continuar com uma precipitação constante e que demora para parar, trazendo condições também para deslizamento de terra, alagamentos , inundações, enxurradas e extravasamento de córregos e rios. Além disso, o mar fica agitado e com rajadas de vento de mais de 60km/h.
Acumulados de chuva entre 26 e 30 de novembro de 2022. Fonte:Climatempo
Acumulados de chuva entre Santa Catarina e o litoral de São Paulo do dia 26 de novembro à manhã do dia 01 de dezembro de 2022. Fonte:Climatempo.
Acumulados de chuva entre o norte do Rio de Janeiro e a Bahia, do dia 26 de novembro à manhã do dia 01 de dezembro de 2022. Fonte:Climatempo.