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Começou a COP 15 da Biodiversidade

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Encontro que reúne chefes de Estado e governo de todo o mundo foi aberto na terça-feira, 6 de dezembro, em Montreal, Canadá, com presença do secretário-geral António Guterres; Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente afirma que evento busca tratado tão ambicioso como o Acordo de Paris.

 

 

Saguaro National Park, Arizona, Estados Unidos (Foto: Getty Imagens)

 

 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa na Conferência de Biodiversidade da ONU, COP15, aberta nesta terça-feira em Montreal, no Canadá.

 

A primeira parte da COP15 ocorreu em Kunming, na China, em outubro do ano passado, e desta vez, a agenda inclui a continuação de negociações para a adoção de um Quadro de Biodiversidade Global pós-2020.

 

 

Mulheres, jovens e indígenas


A porta-voz do chefe da ONU, Stephanie Tremblay, contou que Guterres encontrará o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o presidente da COP15, ministro Huang Runqiu da China, que também estão em Montreal.

 

O secretário-geral se reunirá com representantes da sociedade civil, incluindo grupos de mulheres, jovens, comunidades indígenas e agremiações regionais.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma,* explica que governos de todo o mundo devem traçar um novo conjunto de metas e objetivos que vão guiar a ação global sobre a natureza até 2030.

 

A COP15 quer alcançar um acordo histórico para deter e reverter a perda da natureza, no mesmo nível do Acordo de Paris sobre o Clima, de 2015. O que for adotado em Montreal será essencialmente um plano global para salvar a biodiversidade em declínio do planeta.

 

 

COP27 e COP15: qual a diferença?


Embora pareça semelhante à COP27, a Conferência da ONU sobre Mudança do Clima, ambos os eventos se concentram em questões diferentes, mas relacionadas.

 

A COP27 abordou ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e para se adaptar a essas mudanças. Já a COP15 tem a natureza como foco, por meio da Convenção sobre Diversidade Biológica, um tratado adotado para a conservação e o uso sustentável da diversidade biológica e questões relacionadas.

 

A COP da biodiversidade ocorre a cada dois anos e esta edição é particularmente importante, já que deve ser adotado um novo quadro global de biodiversidade. O acordo será o primeiro desse tipo adotado desde os Objetivos de Biodiversidade de Aichi, em 2010.

 

Na COP10 em Nagoya, no Japão, os governos se propuseram a cumprir os 20 Objetivos de Biodiversidade de Aichi até 2020, incluindo que a perda de habitats naturais seria reduzida pela metade e que os planos para consumo e produção sustentáveis seriam implementados.

 

De acordo com um relatório de 2020, nenhuma dessas metas foi totalmente atingida. Os 196 países participantes ratificaram a Convenção sobre Diversidade Biológica, e 196 nações precisarão adotar a estrutura nesta reunião em Montreal.

 

 

Por que a conferência deste ano é tão importante?


O Pnuma destaca que enfrentar a perda da biodiversidade nunca foi tão urgente. O planeta está passando por um perigoso declínio da natureza como resultado da atividade humana. Está experimentando a maior perda de espécies desde os dinossauros. Um milhão de espécies vegetais e animais estão agora ameaçadas de extinção.

 

A existência da humanidade depende de ter ar puro, alimentos e um clima habitável, todos eles regulados pelo mundo natural. Um planeta saudável é também um precursor de economias resilientes.

Impacto da perda de diversidade

 

Mais da metade do PIB global, o equivalente a US$ 41,7 trilhões, depende de ecossistemas saudáveis.

 

Bilhões de pessoas, em nações desenvolvidas e em desenvolvimento, se beneficiam diariamente da natureza e produtos que ela proporciona, incluindo alimentos, energia, materiais, medicamentos, recreação e muitas outras contribuições vitais para o bem-estar humano.

 

Ecossistemas saudáveis também são fundamentais para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e limitar o aquecimento global a 1.5°C, no entanto, é provável que a mudança climática se torne um dos maiores motores da perda de biodiversidade até o final do século.

 

 

Engajamento de todos os setores


O Pnuma alerta para a importância de soluções que englobem toda a sociedade, desde o setor financeiro e empresarial, bem como governos, ONGs e sociedade civil.

 

A participação dos povos indígenas e comunidades locais nos processos decisórios relacionados à natureza, e o reconhecimento de seus direitos à terra, são especialmente importantes.

 

Na COP15, será necessário chegar a acordos sobre finanças, incluindo quanto as nações ricas apoiarão os países em desenvolvimento para financiar a conservação da biodiversidade, bem como sobre acesso e compartilhamento de benefícios, especificamente quando se trata do uso de dados derivados de recursos genéticos.

 

 

Interromper o declínio do mundo natural


Acesso e compartilhamento de benefícios se referem à forma como os recursos genéticos podem ser acessados e como os benefícios resultantes desse uso são compartilhados entre usuários, como empresas de biotecnologia, e fornecedores, países e comunidades ricas em biodiversidade.

 

Esta questão é central para garantir que todos sejam capazes de se beneficiar dos recursos da natureza, não apenas um número limitado de corporações, particularmente no Hemisfério Norte.

 

Para o Pnuma, dado o papel crucial que os ecossistemas saudáveis desempenham em todos os aspectos da humanidade, é vital que se chegue a um acordo em Montreal e que o declínio no mundo natural seja interrompido.

 

 

Fonte: ONU News

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