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Entenda a chuvarada do fim da primavera de 2022 no Brasil

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6 min de leitura

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Os problemas decorrentes da chuva volumosa que estamos vendo em diversos estados brasileiros  desde o último mês da primavera de 2022, começaram com a chuva intensa provocada por uma intensa frente fria que avançou sobre o Brasil no início de novembro. No início da segunda quinzena de novembro ocorreu a formação do primeiro evento de ZCAS - zona de convergência do Atlântico Sul.

 

Esse é um sistema meteorológico típico do final da primavera e do verão, que causa a chuva volumosa por vários dias consecutivos em muitas áreas do país. A ZCAS é um corredor de umidade reforçado por frentes frias que ficam próximas da costa da região Sudeste do Brasil.A primeira ZCAS da primavera de 2022 se organizou no começo da segunda quinzena de novembro. Na segunda quinzena de dezembro tivemos o segundo evento de ZCAS da primavera.

 

Brasil

Sistemas que provocaram a chuva volumosa sobre o Brasil no fim da primavera de 2022

 

 

Os dois episódios provocaram chuva volumosa nos mesmos locais, como áreas do Espírito Santo,  da Bahia, de Minas Gerais do Norte do Rio De Janeiro, e também em áreas do Tocantins Pará, Amazonas, Mato Grosso e Goiás.

ZCAS é um sistema típico do verão e já havia provocado muita chuva no começo de 2022 e em parte da primavera de 2021 também sobre áreas do Norte da região Sudeste, Bahia, Tocantins, Goiás.

 

A chuva volumosa que caiu já em novembro em áreas do litoral de Santa Catarina, do litoral do Paraná, no Vale do Itajaí e litoral de São Paulo, e se repetiu em dezembro, foi resultante de uma intensa infiltração de ar marítimo, provocada por ventos persistentes e fortes soprando do mar para o continente, por vários dias consecutivos. Essa circulação de ar marítimo também é bastante comum e ocasionada pelos ventos de sistemas de alta pressão atmosférica que ficam posicionados sobre o Oceano, na costa da Região Sul.

 

O fenômeno La Nina predominou no Pacífico Equatorial Leste, região da costa do Peru, nos últimos três anos e é um dos fatores que facilitou a organização das ZCAS na parte norte da região Sudeste e no norte do Centro-Oeste nós verões de 2020, 2021e agora em 2022. Nesta posição, as áreas de instabilidade da zona de convergência do Atlântico Sul também causam grande volume de chuva sobre parte do Nordeste, particularmente sobre a Bahia.

 

A ocorrência da zona de convergência do Atlântico Sul é muito comum nos verões no Brasil. 

 

 

Verão 2023

 

O verão de 2023 terá uma grande diferença em relação aos dois últimos verões: o fenômeno La Nina finalmente vai se desconfigurar. Isso muda a distribuição de umidade e a circulação de ventos sobre o Brasil alterando também o padrão de chuva.

 

De maneira geral, o verão de 2023, vai trazer chuva acima da média para áreas do Norte e do Nordeste do Brasil. A zona de convergência intertropical, outro sistema meteorológico típico do verão, que atua nas regiões tropicais do planeta, vai se aproximar do Brasil mais cedo do que o normal. Isso vai fazer com que a chuva fique mais frequente e volumosa em áreas como a faixa norte do Nordeste, o litoral do Pará e o Amapá.

 

Estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, o centro-sul de Minas Gerais e do Rio de Janeiro também devem ter um verão com um pouco mais de chuva do que a média normal.

 

Vale lembrar que grande parte da Região Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul tiveram verões com menos chuva do que a média nos últimos dois anos,  como reflexo do fenômeno La Nina.

 

O Rio Grande do Sul deve repetir a situação dos últimos anos e deve acumular chuva dentro a um pouco abaixo  do que o normal no verão 2023. Na primeira quinzena de janeiro de 2023, um novo episódio de zona de convergência do Atlântico Sul deve se organizar sobre o Brasil. Mas desta vez, a chuva da ZCAS deve cair sobre Estados como São Paulo, o centro-sul de Minas e do Rio de Janeiro e Goiás. 

 

Não há expectativa de formação de ZCAS em fevereiro, mas o sistema deve voltar em março, numa outra posição, ocasionando chuva volumosa novamente sobre o Espírito Santo, o Norte do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e parte da Bahia. Apesar da chuva acima da média esperada para março nessas regiões, os mesmos estados do Sudeste que sofreram com  a chuva muito volumosa no fim da primavera de 2022 devem ter chuva um pouco abaixo da média durante o verão 2023.

 

Brasil-Chuva-Verao

 

 

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