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    Fortes pancadas de chuva na serra do mar e litoral paulista

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    8 min de leitura

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    Nesta tarde de sábado, primeiro de abril de 2023, choveu em pontos isolados das regiões do litoral de São Paulo, metropolitana de São Paulo, da serra do mar, Baixada Santista, Vale do Ribeira e de Itapeva, com intensidade forte e raios. Na Grande São Paulo a chuva se concentrou mais sobre em baixos do extremo sul da zona sul da capital paulista, em São Bernardo do Campo e em Embu-Guaçu.

     

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    Imagem  de radar com os fortes núcleos de chuva sobre o sul da região metropolitana de São Paulo, na serra do mar, região de Cubatão e pontos da Baixada Santista no dia 01/04/2023, às 16 horas, horário de Brasília. Fonte: Projeto SOS Chuva INPE.

     

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    Imagem  de radar com chuva fraca a moderada sobre o sudeste da região metropolitana de São Paulo, na serra do mar, região de Cubatão e pontos da Baixada Santista no dia 01/04/2023, às 16 horas e 40 minutos, horário de Brasília. Fonte: Projeto SOS Chuva INPE.

     

    Os maiores acumulados de chuva, em 6 horas (entre às 11 horas e 51 minutos e às 17 horas e 51 minutos deste dia), no estado de São Paulo, foram em Cubatão, que acumulou entre 10 e 171mm. Sendo apenas em um ponto, da estação de Duarte Caetano, que relatou 171mm, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) - mas ainda está sendo analisado se esse valor realmente ocorreu (os mais de 100mm), mas já pode se confirmar, pela estimativa de radar e pela estação da prefeitura de São Paulo, que realmente chegou a chover 75,4mm em Cubatão, que fica na divisa com São Bernardo do Campo, e as outras áreas, onde há estação meteorológica, foram entre 15 e 35mm, pelos dados da prefeitura de São Paulo e do CEMADEN. Já no Guarujá foram 9mm em Bertioga, 7mm e em Itararé 4mm, nesse mesmo período.

     

     

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    Céu nublado em Santos(SP) no final da tarde de 01/04/2023. Fonte: Stefanie Tozzo.


    Todas essas instabilidades se devem à aproximação de uma frente fria, que causará mais chuva forte e com volumes altos, em especial, sobre o litoral paulista e o Vale do Paraíba, entre este final de tarde de sábado e a madrugada de domingo (02). Além de fortes rajadas de vento, podendo alcançar facilmente os 80km/h e do risco para ressaca do mar entre 2,5 e 4,0 metros de altura pela costa de São Paulo, como entre as costas dos litorais gaúchos aos fluminenses.

     

    WhatsApp Image 2023-04-01 at 16.17.43. Imagem de satélite, no canal do visível, no dia 01/04/2023, às 15h50. Fonte: Climatempo/StormGeo.

     

     

     Mais detalhes da classificação do ciclone bomba

     

    Por curiosidade, o ciclone extratropical no mar, associado a frente fria, é um ciclone bomba. Para verificar ou classificar como ciclone explosivo ou bomba, se obtém o valor de Bergeron,  que é através de um cálculo abaixo:

     

    TNAr= (delta_da_pressão/24hPa)*( sen60/sen_latitude)


    delta_da_pressão é a variação de pressão em 24 horas do centro de uma baixa pressão atmosférica, ou seja o ciclone extratropical, e o sen_latitude, o cálculo do seno da média da latitude da posição inicial e final da análise.

     

    E entre as 12UTC do dia 31/03/2023 a pressão do ciclone extratropical era de 1010hPa e foi para 990hpa no dia 01/04, às 12UTC. E com base na posição da latitude média, o valor do Bergeron ficou em 1,2, o que já se caracteriza ciclone explosivo ou bomba. Ou seja, já igual ou acima de 1 Bergeron, já é caracterizado.

    E os tipos de Ciclone bomba tem os “fracos” (1,0 ≤ Bergeron ≤ 1,2), “moderados”, (1,3 ≤ Bergeron   ≤ 1,8) e “fortes” (Bergeron > 1,8).


    Mais detalhes: O Ciclone Bomba/explosivo, ou efeito da Bombogenesis é uma área de baixa pressão atmosférica, onde apresenta uma queda mais rápida da pressão atmosférica de 24 hPa ou mais em um período de 24 horas. Entretanto, vale lembar que esse termo começou na década de 1940, pois alguns meteorologistas começaram informalmente a chamar algumas grandes tempestades costeiras de "bombas" porque se desenvolveram "ferozmente e raramente, se eles vissem atingir a superfície da terra", segundo Fred Sanders,  professor aposentado do MIT, que levou o termo ao uso comum descrevendo tais tempestades em um artigo de 1980 no jornal Monthly Weather Review.".

     

    Ressalta-se também que depende da latitude para sua classificação, o ciclone bomba pode ser considerado com uma queda menor, de no mínimo 12hPa. Ou seja, o estudo de Frederick Sanders (synoptic-Dynamic Climatology of the "Bomb"), indica também que a queda da área de baixa pressão atmosférica de 28mb (ou hPa) em 24 horas é mais padrão para o polo, e queda de 12mb (ou hPa) para latitude de 25°N. Mas lembramos que nesse mesmo estudo, Sanders, indicou que podemos ter uma queda de 24mb (hPa) ou mais, e foram 16% dos casos estudados no Oceano Atlântico que apresentou esse padrão, e 8% dos casos no Oceano Pacífico. Há outros estudos que indicam que na latitude em torno de 32,5o, a queda pode ser já considerada em 15 hPa em 24 horas.

     

    Os ciclones extratropicais que se formam na costa ou no sul do país, mais na costa Sudeste, ocorrem todo o ano, mas tem sua maior frequências nos meses de junho, julho e agosto. Além disso, o aquecimento do Oceano Atlântico também é importante no desenvolvimento de ciclones nessas áreas, pela influência das correntes marítimas, (aliás, a temperatura da superfície do mar está a mais de 2,5 acima da média, no mar do Atlântico, na altura da Região Sul do país). Segundo estudos científicos formam em média 26 ciclones extratropicais bombas por ano no Hemisfério Sul, e são raros, lembrando novamente que são mais frequentes nos trimestres de junho, julho e agosto. Reforçando ainda, que embora os ciclones extratropicais bombas sejam raros, elas tem a maior frequência entre a costa Sudeste do País e o sul da América do Sul, se analisarmos todo o Hemisfério Sul.

    Os ciclones explosivos ocorrem preferencialmente nos meses de inverno, seguido de primavera, depois de outono e por fim de verão.

     

    Entre 1957 e 2010, entre as latitudes de 45S a 15S (Sul) e as longitudes de 60W a 20W(Oeste), foram relatados 85 ciclones bombas, sendo 81% dos caso fracos, 16,5% moderados e 2 eventos bombas fortes, que ocorreram nessa região da América do Sul. O que representa, 2,5% de todos os eventos. Além do recente forte, em meados de 2020 no Brasil.

     

     

     

     

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