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O lançamento do relatório Juventudes, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas no dia 4 de abril, em São Paulo, reuniu cerca de 80 pessoas de todos os lugares do País para apresentar e discutir os resultados da pesquisa inédita que entrevistou 5.150 pessoas com idade entre 15 a 29 anos, dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
Carinhosamente apelidado de JUMA, trata-se de um diagnóstico sobre como as juventudes se relacionam com os temas Meio Ambiente e Mudanças Climáticas.
Evento de lançamento relatório Juventudes, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (Foto: Pedro Paquino)
Destaques da pesquisa
Doze jovens foram responsáveis por desenvolver o questionário, que trouxe um cenário bastante curioso e surpreendente. Alguns destaques:
- 36% dos jovens que responderam à pesquisa não sabem em que bioma moram.
- Jovens da Amazônia são os que MENOS declararam se preocupar com o meio ambiente.
- O exemplo do derretimento das geleiras foi o mais citado em pergunta sobre eventos extremos decorrentes das mudanças climáticas.
- Algumas confusões foram percebidas: pessoas do Sudeste e Sul acharem que moram na Amazônia ou Caatinga, ou jovens do Nordeste que acreditam viver no Pampa.
- Menos de 3 a cada 10 jovens dizem conversar com frequência sobre a temática ambiental.
- Quem mais conversa com frequência sobre o tema são jovens LGBTQIAPN+ (39%) e moradores de territórios tradicionais (38%). Mulheres também são mais envolvidas com esse debate (29%).
- O tema de reciclagem e gestão do lixo foram os mais citados em todos os biomas.
- Termos como "Racismo Ambiental" e "Justiça Climática" ainda são pouco conhecidos.
É importante lembrar que estamos vivendo um bônus demográfico de jovens no Brasil, um ¼ da população brasileira hoje tem entre 15 e 29 anos, um momento único de nossa história.
“Estamos animados em lançar esses resultados para o mundo e vamos seguir disseminando e conversando sobre os desdobramentos com parceiros, atores e indivíduos que atuam na temática. Como o estudo é inédito, agora temos evidências de como trabalhar essa perspectiva com essas juventudes”, diz Mathaus Torres, secretário executivo da aliança Em Movimento.
Diretrizes e Caminhos
O relatório traz também pontos bastante positivos, como o fato de:
80% dos jovens acharem que comunidades tradicionais colaboram com a preservação do Meio Ambiente; 8 a cada 10 jovens concordam que reservas ambientais ajudam a diminuir os efeitos das mudanças climáticas; 61% prioriza o investimento em fontes de energia alternativas, limpas e renováveis; 37% defende a ampliação de políticas de preservação ambiental; e 35% priorizam o investimento em ciência, pesquisa e tecnologias.
A partir dos resultados encontrados, um documento com recomendações e diretrizes foi produzido por especialistas e juventudes apontando caminhos para a construção de alternativas e soluções; como a promoção de educação ambiental e climática nas escolas e fora dela, implementação de políticas públicas que viabilizem ações territoriais sobre mudanças climáticas, geração de mais empregos verdes no Brasil, além de outras frentes.
“As necessidades trazidas pelas juventudes serão também trabalhadas junto aos tomadores de decisão, políticos, presidentes de empresas, indústrias e setor social. É preciso articular a participação efetiva dessas juventudes nos espaços de decisão, seja nas escolas, em conselhos participativos ou fóruns internacionais”, finaliza Mathaus.
A pesquisa foi realizada por Em Movimento, Rede Conhecimento Social, com parceria Engajamundo, Instituto Ayíka e GT de Juventudes de Uma Concertação pela Amazônia. O lançamento aconteceu na sede da Associação Ação Educativa na rua General Jardim, 660, Vila Buarque, região central de São Paulo.
Leia o relatório, documento de recomendações e diretrizes, história de personagens aqui