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Calor inédito nos oceanos faz cientistas gelarem 

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4 min de leitura

Oferecido por

por Cinthia Leone (Climainfo)

 

O aumento abrupto da temperatura superficial dos oceanos chamou a atenção de estudiosos nas últimas semanas. Foram 42 dias seguidos de aquecimento ininterrupto, marcando a temperatura mais alta observada na superfície oceânica desde 1981, quando a capacidade para este tipo de registro teve início.  


Analistas ficaram em alerta porque este aquecimento está se antecipando à formação do fenômeno El Niño, previsto para ocorrer na segunda metade deste ano e que sozinho já pode contribuir para temperaturas mais altas em todo o planeta. 

 

Anomalia da temperatura superficial da água do mar em 2/5/23 (Fonte: NOAA): tons de azul indicam temperatura abaixo da média e tons em laranja/vermelho indicam temperaturas acima da média.

 

 

Recorde do aquecimento oceânico em profundidade 


Mas há algo ocorrendo no mar neste momento que tem deixado os cientistas muito mais assustados: nas águas profundas, a 2 km da superfície, o oceano também aquece a taxas sem precedentes. Em 2022, a medida desta quantidade de calor do oceano foi recorde


O aumento do conteúdo de calor dos oceanos pode alterar correntes vitais que distribuem o calor para outras partes do globo, além de nutrientes para as espécies marinhas. São os oceanos que absorvem a maior parte – cerca de 90% – dos gases de efeito estufa gerados por atividades como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, principais causadores da mudança climática em curso. 


Um estudo publicado este ano por observadores na China detectou que essas novas condições de calor no oceano profundo estão impactando o ciclo hidrológico e alterando a salinidade em diferentes corpos d’água, do Pacífico Norte, passando pelo Mar Mediterrâneo, até os oceanos do Sul. 

 

O maior temor dos cientistas é o de que o mundo esteja aquecendo mais e mais rapidamente do que as previsões mais pessimistas dizem.

 

Um indício preocupante é que o mundo acabou de encerrar um ciclo do fenômeno La Niña, que contribui para temperaturas mais baixas. Estudiosos agora investigam se o La Niña – que foi um dos mais longos e severos já registrados – ajudou a camuflar o real acúmulo de calor. 

 

"O ano de 2023 está começando de forma alarmante, mesmo antes de as condições do El Niño se desenvolverem totalmente no final deste ano", disse a cientista climática Kim Cobb, da Brown University, dos EUA, à reportagem do site Axios

 


"No ritmo atual de aquecimento, mesmo um novo recorde provavelmente será superado em questão de anos. O planeta está se aquecendo tão rápido agora que até mesmo um ciclo natural tão forte como o El Niño-Oscilação Sul está começando a se perder no meio do barulho."

 

 

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