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Muita poeira no Atlântico Tropical Norte nos próximos dias

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O mês de junho de 2023 já teve duas tempestades tropicais nomeadas, Bret e Cindy. De acordo com dr. Rick Knabb, especialista em furacões do Weather Channel, dos Estados Unidos, citado em um site da NASA , esta foi a primeira vez que mais de uma tempestade tropical se organizou em junho, na principal região de desenvolvimento do Atlântico Norte.

 

Mas as vidas de Bret e Cindy não serão longas. Segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês),  à 00h0a, em Brasília (03h00 UTC)  do sábado, 24 de junho, Bret passava ao norte de Aruba, Bonaire e Curaçao e deve se dissipar na noite deste sábado. 

 

A tempestade tropical Cindy estava organizada, com ventos sustentados de 85 km/h, com rajadas maiores, movendo-se para oeste/noroeste com 24 km/h. A previsão do NHC é de Cindy até se fortaleça um pouco na manhã deste sábado, 24 de junho, mas sem chegar a força de furacão, e já enfraqueça a partir da segunda-feira.

 

Bret e Cindy não encontraram condições atmosféricas favoráveis para o seus desenvolvimentos. Um dos motivos talvez seja a poeira que está se espalhando  pelo Atlântico Tropical Norte. Essa poeira é do deserto do Saara e é transportada pelos ventos para o Atlântico Norte.

 

Tempestades tropicais Bert e Cindy estão ativas no Atlântico Tropical Norte 24/6/23 (Imagem - NOAA)

 

 

 

A camada de poeira sobre o oceano deixa o ar mais seco e é capaz de reduzir a temperatura da superfície do mar em torno de 1°C. Ela causa também um aumento da variação dos ventos em altitude, que é outro fator que inibe o crescimento dos furacões.

 

 

Mais poeira no Atlântico Norte nos próximos dias

 

Uma grande pluma de poeira do deserto do Saara, no norte da África, está prevista para avançar sobre o Atlântico Tropical Norte nos próximos dias. 

 

A animação dos mapas mostra a simulação do deslocamento das plumas de aerossóis feita pelo modelo computacional de dispersão de poluentes CAMS (Copernicus Atmosphere Monitoring Service), da agência Copernicus, da Comunidade Europeia. 

 

As manchas em tons de amarelo,  laranja e vermelho que saem do norte da África e avançam pelo Atlântico Norte Tropical representam a poeira do Saara que está sendo transportada de oeste para leste pelo ventos Alísios. Quanto mais próximo dos tons de vermelho, mais densa é a camada de poeira.

 

 

 

 

A poeira fica molhada?

A poeira não deveria molhar quando vai para o mar? A maior parte dessa poeira não se desloca próxima à superfície do mar. Na maior parte das vezes, essa pluma de poeira viaja nas altas camadas da atmosfera. Mas em algumas situações, a camada de poeira é muito densa e aí causa transtornos em superfície, cobrindo cidades, reduzindo a visibilidade.

 

Mais ou menos nesta mesma época, 23/24 de junho, mas em 2020, houve um transporte de poeira do Saara para o Atlântico Tropical Norte que chamou muito atenção porque estava muito denso e extenso.

 

Às 17 horas (hora de Brasília) do dia 23 de junho de 2020, a informação meteorológica do aeroporto de Kingston, na Jamaica,  mostrava que havia poeira por lá. Foi possível constatar a veracidade desta informação pela mensagem codificada chamada METAR, que centenas de aeroportos emitem de hora em hora, no mundo todo. A poeira aparece codificada como DU, de dust, que é poeira em inglês.

 

METAR: MKJP 232000Z 13020KT 5000 DU FEW024 32/26 Q1012

 

 

Em que época a poeira do Saara vai para o Atlântico Norte?

 

Os transportes de poeira do Saara para o oceano Atlântico Tropical Norte ocorrem todos os anos e são mais densos e frequentes durante o verão do Hemisfério Norte (inverno no Hemisfério Sul). Mas podem ocorrer também na primavera e em parte do outono do Hemisfério Norte.

 

 

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