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Guerra do trigo no Mar Negro tem impacto global

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O Conselho de Segurança discutiu, nesta sexta-feira, as consequências da retirada da Rússia da Iniciativa do Mar Negro.   O programa permitiu a exportação segura de grãos e insumos desde os portos da região por quase um ano. 

 

Na abertura da sessão, a subsecretária-geral para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, ressaltou que além da alta no preço dos alimentos, os bombardeios russos agravam a crise, cuja consequências já são sentidas em todo o mundo.

 

Carregamento de grãos da Ucrânia liberado sob acorde de exportação do Mar Negro (Foto: @Unocha)

 

Impacto global


Segundo ela, a recente onda de ataques aos portos ucranianos, nos últimos quatro dias, deve impactar na segurança alimentar global, em particular nos países em desenvolvimento. Os bombardeios destruíram infraestrutura portuária, instalações e cargas de grãos. 

 

O ataque de quinta-feira a Odessa matou uma pessoa e deixou oito feridas. Numa outra cidade, Mykolaiv, houve duas mortes e 19 feridos.

 

DiCarlo lamentou o “padrão trágico” de bombardeios contra instalações civis durante o conflito, ressaltando que a invasão russa resultou na destruição de cerca de 270 locais culturais e mais de 3 mil instituições de ensino na Ucrânia.

 

Para ela, ameaças a embarcações civis nas águas do Mar Negro são inaceitáveis. DiCarlo disse que a ONU se preocupa com relatos de minas marítimas no Mar Negro, colocando em risco a navegação civil.

 

 

Situação humanitária global


O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, também falou ao Conselho e destacou os impactos da suspensão da Iniciativa do Mar Negro, afirmando que a situação humanitária no mundo está “superando amplamente os recursos disponíveis”.

 

Lembrando que a assinatura da Iniciativa está próxima a completar um ano, Griffiths disse que os acordos foram uma resposta internacional decisiva para frear os preços dos alimentos, que minava a segurança alimentar em todo o mundo.

 

Para ele, a Iniciativa também foi uma demonstração de que seria possível alcançar “soluções inovadoras, ousadas, que colocassem a humanidade acima da política, mesmo nas circunstâncias mais extremas”.

 

Rosemary DiCarlo apelou às partes para se absterem de qualquer retórica ou ação que possa deteriorar a situação. 

 

Segundo ela, qualquer risco de contágio resultante de um incidente militar no Mar Negro, intencional ou acidental, deve ser evitado a todo custo, pois pode resultar em consequências “potencialmente catastróficas”.

 

 

Kakhovka e Zaporizhzhia


A subsecretária-geral da ONU também lembrou a destruição da represa de Kakhovka, que causou estragos ambientais e comprometeu a produção agrícola na região, e da vulnerabilidade na usina nuclear de Zaporizhzhia.

 

Além disso, ela ressaltou que as minas terrestres seguem representando perigos para os civis nos próximos anos, já que quase um terço do país está supostamente contaminado com artilharia não detonada, minas terrestres e bombas de fragmentação.

 

 

Fim da violência


Ela citou o secretário-geral da ONU, António Guterres, ao lembrar que as Nações Unidas vão continuar os esforços para facilitar o acesso desimpedido aos mercados globais de alimentos e fertilizantes da Ucrânia e da Rússia.

 

Para DiCarlo, a única maneira de conter a catástrofe é alcançar um entendimento para o fim da guerra, com base no direito internacional e nos princípios consagrados na Carta da ONU, e de acordo com as resoluções da Assembleia Geral.

 

 

Mais instabilidade


O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, diz que a retórica atual sobre o conflito na Ucrânia ameaça “minar ainda mais o transporte seguro de alimentos através do Mar Negro de forma mais ampla”.

 

Ele alerta que, sem acesso a portos ou mercados mundiais, os agricultores podem não ter escolha a não ser parar de trabalhar.

 

Além dos efeitos globais, Griffiths avalia que isso teria um impacto imediato nos preços internos dos alimentos e na estabilidade econômica do país, afetando também a segurança alimentar dentro da Ucrânia.

 

 

Navios da Ucrânia precisam passar pelo mar negro e pelos estreitos de Bósforo e de Dadanelos 

para atingir o Mediterrâneo (Mapa: Getty Imagens)

 

Segurança alimentar global


Ele reforçou que civis e a infraestrutura civil devem ser respeitados. Ele concluiu afirmando que as exportações de alimentos e fertilizantes da Ucrânia e da Rússia continuam sendo de importância crucial para a segurança alimentar global.

 

Assim como DiCarlo, ele reforçou que as Nações Unidas continuarão a buscar formas de garantir que alimentos e fertilizantes russos e ucranianos possam continuar a chegar aos mercados globais para reduzir preços e fortalecer a segurança alimentar.

 

Fonte ONU News

 

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