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Como a agrofloresta pode gerar emprego e renda no meio rural

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4 min de leitura

Oferecido por

por Angélica Queiroz (O Mundo que Queremos)


A agricultura familiar é responsável por uma parcela significativa da produção de alimentos no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 70% de toda a comida produzida aqui vem das mãos dos pequenos produtores.

 

Mas, essas famílias ainda enfrentam muitos desafios, sobretudo infraestrutura precária, falta de acesso ao crédito e dificuldade para comercializar seus produtos. Além disso, o avanço das mudanças climáticas e áreas que perdem produtividade por degradação, afetam a renda desses agricultores. Os sistemas agroflorestais, também conhecidos como agrofloresta, ou SAF, podem ser alternativas para ajudá-los.

 

 

Segundo o (IBGE), pelo menos 70% de toda a comida produzida no Brasil vem dos pequenos produtores

(Foto: Getty Imagens)

 

O que é uma agrofloresta?


O sistema agroflorestal é uma forma de manejar e recuperar uma área degradada ou improdutiva, combinando diversos tipos de plantios, como mandioca, açaí e cacau, juntamente com árvores, arbustos e palmeiras. Essa combinação traz vários benefícios, como a recuperação do solo, com a retenção de mais água e nutrientes, uma produção distribuída ao longo do ano, entre muitos outros.

 

Assim, com o tempo, essas áreas tornam-se mais diversas e produtivas, gerando mais oportunidades de comercialização e renda, aumentando o valor da floresta em pé.

 

 

Geração de empregos


Isso sem falar que os sistemas agroflorestais podem gerar muitos empregos. No Brasil, segundo um estudo da The Nature Conservancy (TNC), a restauração florestal ativa, com plantio de mudas e sementes, tem capacidade de gerar 0,42 emprego por hectare, ou seja, um emprego a cada 2 hectares restaurados. Cumprindo as metas do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), seria possível gerar mais de 2,5 milhões de postos de trabalho até 2030.


No entanto, existem desafios. Os agricultores familiares precisam de apoio para implantar esses sistemas. Não só para entender como eles funcionam, mas também precisam contar com técnicos que os ajudem a colocá-los em prática, ganhar escala e também a acessar novos mercados quando tiverem capacidade para isso. Alguns projetos, liderados por organizações do terceiro setor e empresas, têm ajudado essas famílias nesse sentido. 


Um exemplo é o trabalho feito pelo projeto Acelerador de Agroflorestas e Restauração, implementado nas regiões Sudeste e Nordeste do Pará, principalmente nos municípios, e entornos, de São Félix do Xingu, Tucumã e Tomé-Açu.

 

Além de garantir a segurança alimentar e gerar renda para as famílias, a iniciativa ajuda a preservar e a restaurar a vegetação nativa da região de floresta amazônica.


A intenção desse e de vários outros projetos de apoio aos sistemas agroflorestais é ajudar os produtores, mas não só. Essas organizações sabem que os sistemas agroflorestais são mais sustentáveis e que o Brasil não pode mais derrubar árvores para produzir alimentos. Muito pelo contrário. A implantação de SAfs é uma forma de tornar o sistema agrícola mais resiliente, o que não só é recomendado, como também urgente.

 

 

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