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Atlântico Norte pode ter mais furacões do que a média este ano

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A temporada de monitoramento de furacões no Atlântico Norte começa oficialmente no dia 1 de julho e vai até 30 de novembro. Mas o ano de 2023 vem tendo muitas anomalias e eventos climáticos excepcionais e as primeiras tempestades que mereceram ser nomeadas e monitoradas no Atlântico Norte foram observadas já em junho. Foram três tempestades tropicais em junho: Arlene, que atuou de 1 a 3 de junho, Bret, de 19 a 24 de junho e Cindy, de 22 a 26 de junho de 2023. O primeiro furacão da temporada 2023 recebeu o nome de Don e seu ciclo de vida foi entre 14 e 14 de julho.



Temporada de monitoramento de furacões no Atlântico Norte vai de julho ao fim de novembro (Foto: Getty Images)


Temperaturas recordes no Atlântico Norte

 

Furacões se formam e se sustentam à base de águas oceânicas quentes. Em anos em que o Atlântico Norte está com temperatura abaixo do normal, naturalmente formam-se menos tempestades.

 

Outro fator que diminui a atividade de furacões no Atlântico Norte é a presença do fenômeno El Niño, que ocorre na porção central e leste do oceano Pacífico Equatorial.

 

O El Niño de 2023 está se fortalecendo, mas ao mesmo tempo, a temperatura da superfície do mar no Atlântico Norte está batendo recorde histórico. A onda de calor que se observa por lá é inédita e esse é um dos motivos que fizeram os cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), uma divisão do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, revisar para mais a probabilidade de formação de furacões no Atlântico Norte.


Revisão de agosto: temporada de furacões acima da média

 

A primeira previsão para a temporada de furacões de 2023 na bacia do Atlântico Norte foi divulgada pela NOAA no fim de maio e indicava uma quantidade de tempestades nomeadas e de furacões próximo do normal.

 

Nesta primeira previsão, a chance de ser uma temporada acima da média era de 30%. Na revisão da previsão feita agora em agosto, a probabilidade de uma temporada de furacões acima do normal no Atlântico dobrou e subiu para 60% 

 

Na atualização de agosto, a probabilidade de atividade quase normal diminuiu para 25% (era 40% em maio) e de ser abaixo da média baixou para 15%, contra os 15% previstos em maio.

 

 

Temporada de furacões 2023 no Atlântico Norte deve ser acima do normal (Fonte NOAA)

 

Previsão de 6 a 11 furacões

 

A revisão de agosto da NOAA para a temporada de furacões de 2023 indica a formação de 14 a 21 tempestades nomeadas. Estas tempestades devem ter  com ventos de 62,8 km/h ou superior e são suficientemente fortes para receberem um nome. 

 

Do total de tempestades nomeadas, a revisão de agosto prevê que  6 a 11 poderão se tornar furacões, o que significa que os ventos sustentados são de 119,1 km/h ou maiores. 

 

Entre os furacões formados, 2 a 5 poderão se tornar grandes furacões, com ventos de 178,6 km/h ou mais.

 

Segundo a NOAA, a confiança nesta previsão é de 70%. Os números de tempestades e de furacões da revisão de agosto já incluem as três tempestades tropicais que se formaram em junho e o furacão Don, de julho. 

 

Fatores climáticos que influenciam a previsão de furacões

A bacia do Atlântico experimentou um início ativo da temporada de furacões com cinco tempestades que atingiram pelo menos a força das tempestades tropicais, incluindo um furacão já. Uma temporada média de furacões produz 14 tempestades nomeadas, das quais sete se tornam furacões, incluindo três grandes furacões.


“Os principais fatores climáticos que devem influenciar a atividade de furacões no Atlântico em 2023 são o El Niño em andamento e a fase quente da Oscilação Multidecadal do Atlântico, incluindo temperaturas recordes da superfície do mar do Atlântico”, disse Matthew Rosencrans, principal meteorologista da temporada de furacões do Centro de Previsão Climática da NOAA. 


“Considerando esses fatores, a perspectiva atualizada exige mais atividade, por isso pedimos a todos que se preparem agora para a temporada que continua.”


As condições do El Niño estão sendo observadas atualmente e há mais de 95% de chance de que fenômeno continue durante o inverno do Hemisfério Norte, de acordo com a última discussão do ENSO (El Niño-Oscilação Sul) do Centro de Previsão do Clima


O El Niño geralmente resulta em condições atmosféricas que ajudam a diminuir a atividade tropical durante a temporada de furacões no Atlântico. Até agora, essas condições limitantes têm se desenvolvido lentamente e os cientistas do clima estão prevendo que os impactos associados que tendem a limitar a atividade dos ciclones tropicais podem não ocorrer durante grande parte da temporada de furacões restante.


Uma previsão de cisalhamento do vento abaixo do normal, ventos alísios do Atlântico ligeiramente abaixo do normal e uma monção da África Ocidental quase ou acima do normal também foram fatores-chave para moldar esta previsão sazonal atualizada.

 

 

 

Lista de nomes selecionados para os furacões da temporada 2023 do Atlântico Norte (Crédito: NOAA)


Novo modelo de previsão


Em junho, a NOAA implantou um novo modelo para ajudar a produzir as previsões de furacões. O Sistema de Análise e Previsão de Furacões foi colocado em operação em 27 de junho e funcionará ao lado dos modelos existentes para a temporada de 2023 antes de substituí-los como o principal modelo de previsão de furacões da NOAA.


A NOAA pede a todos em áreas vulneráveis que tenham um plano de furacões bem elaborado e se mantenham informados por meio dos canais oficiais à medida que esta temporada avança.

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