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Temperaturas extremas na infraestrutura: Impactos do El Nino

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5 min de leitura

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por Guilherme Borges - Meteorologista
O fenômeno climático conhecido como El Niño, um padrão natural que ocorre no Oceano Pacífico tropical, sempre ganhou destaque como um dos principais catalisadores de temperaturas extremas em todo o mundo. Com suas características de elevação das temperaturas da superfície do mar acima da média, o El Niño exerce uma influência profunda no Clima global, afetando bilhões de pessoas e desencadeando uma série de eventos climáticos extremos.

 

Influência global e consequências devastadoras

Como o próprio secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, enfatiza que o início de um episódio de El Niño tem o potencial de desencadear recordes de temperatura e ondas de calor em várias partes do planeta, tanto em terra quanto no oceano. No entanto, os efeitos do El Niño não se limitam apenas ao calor extremo, pois também pode intensificar secas severas, incêndios florestais e outras consequências climáticas devastadoras.

 

Ameaça crescente: recordes climáticos e tendências futuras

O ano de 2023 já testemunhou a quebra de uma série de recordes climáticos, com temperaturas elevadas e oceanos excepcionalmente quentes. Este fenômeno tem sido considerado um dos fatores preponderantes para a previsão de possíveis recordes de temperatura nos próximos quatro anos. De acordo com análises da OMM, há uma probabilidade de 66% de que a média anual de aquecimento ultrapasse 1,5°C entre 2023 e 2027, destacando a preocupante intensificação do aquecimento global. 

 

Economia, impacto regional e alteração de padrões climáticos

Os efeitos do El Niño podem ser duradouros e, em alguns casos, com um impacto econômico significativo. Conforme pesquisadores da Universidade Dartmouth, o fenômeno está associado a um crescimento econômico mais lento por um período de mais de cinco anos após sua ocorrência. Na realidade, na virada do milênio, países equatoriais como o Brasil enfrentaram perdas substanciais no Produto Interno Bruto (PIB) durante o ciclo de El Niño de 1997-1998, ressaltando o potencial impacto financeiro dessa influência climática.

Com base em tendências passadas, é possível antecipar os efeitos prolongados do El Niño. O ciclo anterior do fenômeno, ocorrido em 2014-2015, contribuiu para o aumento das temperaturas globais no ano subsequente, em 2016, que foi marcado por temperaturas recordes. Portanto, espera-se que os efeitos do El Niño atual além de serem sentidos este ano, possam ser sentidos com certa defasagem, provavelmente em 2024.

 

Setores de infraestrutura: vulnerabilidade e desafios

Os efeitos do fenômeno El Niño reverberam em uma ampla gama de setores, incluindo infraestruturas vitais como construção, saneamento, rodovias, ferrovias, mineração e portos. As condições climáticas extremas desencadeadas pelo El Niño podem exercer pressão sobre esses setores, resultando em desafios significativos e custos operacionais mais altos. A construção de projetos pode ser interrompida devido às secas prolongadas, enquanto o saneamento pode ser prejudicado pela escassez de recursos hídricos. Rodovias e ferrovias podem sofrer danos devido a rachadura de estradas e flambagem de trilhos, impactando a conectividade e o transporte de mercadorias. A mineração pode ser afetada pela disponibilidade de água, enquanto os portos podem enfrentar restrições na movimentação de carga devido a condições climáticas adversas. 

 

Em resumo, o fenômeno do El Niño desempenha um papel crucial na amplificação de temperaturas extremas e padrões climáticos disruptivos em todo o mundo. 

 

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