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El Niño no Sul: desafios na infraestrutura

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por Guilherme Borges - Meteorologista
O El Niño é um fenômeno climático global que ocorre de forma irregular, influenciando padrões climáticos e causando mudanças significativas nas condições meteorológicas. Na Região Sul do Brasil, o El Niño tem um impacto marcante nas chuvas e na circulação de ventos, o que, por sua vez, afeta o setor de infraestrutura, incluindo construção, saneamento, rodovias, ferrovias, mineração e portos.

Aumento das chuvas e barreiras para frentes frias

Como mencionado, durante o El Niño, a Região Sul do Brasil experimenta um aumento na probabilidade de chuvas acima da média. Isso é atribuído à interferência nas circulações de vento de grande escala causadas pelo fenômeno, que cria uma barreira para as frentes frias que normalmente avançariam pelo país. Consequentemente, as frentes frias tendem a se concentrar na Região Sul por um período mais longo, resultando em um aumento das precipitações nessa área.

 

Impactos nos setores de infraestrutura

Durante o El Niño, o aumento das chuvas exerce efeitos adversos em múltiplos setores. No âmbito da construção e saneamento, chuvas intensas geram atrasos e complicações nos projetos, enquanto sistemas de saneamento podem ficar sobrecarregados, resultando em problemas de drenagem e esgoto. Em rodovias e ferrovias, as condições climáticas desfavoráveis levam a deslizamentos, enchentes e danos nas vias, prejudicando o transporte de mercadorias e a eficiência logística. 

A mineração, ainda que secundária, sofre impactos de chuvas que dificultam operações a céu aberto e o transporte de minerais. Portos, essenciais para a exportação de commodities, enfrentam entraves operacionais decorrentes das chuvas intensas, potencialmente causando atrasos que reverberam nas cadeias de suprimentos e nas exportações.

Impactos econômicos

Os recentes estudos do Dartmouth College alertam para o potencial impacto econômico do El Niño iniciado em 2023, com estimativa de até US$ 3,4 trilhões de prejuízo global em cinco anos. Exemplos passados, como os eventos de 1982-83 e 1997-98, mostram que o PIB dos EUA diminuiu em 3% após cinco anos. 

Modelagem da Bloomberg Economics indica que episódios anteriores elevaram a inflação em 3,9 pontos percentuais para commodities não energéticas e 3,5 pontos percentuais para o petróleo. O PIB de nações vulneráveis, como Brasil, Austrália e Índia, também foi afetado, com o El Niño de 1997-1998 resultando em perda de US$ 5,7 trilhões no PIB subsequente. O modelo sugere que até o fim do século, o El Niño pode bloquear cerca de US$ 84 trilhões em PIB. 

Regiões tropicais e o Hemisfério Sul enfrentam riscos significativos, podendo sofrer reduções de quase meio ponto percentual no crescimento anual do PIB. A complexa relação entre o El Niño e os impactos econômicos enfatiza a importância da compreensão e mitigação desses efeitos.

O El Niño exerce uma influência significativa sobre os padrões climáticos na Região Sul do Brasil, resultando em chuvas acima da média e impactando diversos setores de infraestrutura. A construção, saneamento, rodovias, ferrovias, mineração e portos são todos afetados pelas condições climáticas adversas decorrentes do fenômeno. 

Além disso, os impactos econômicos do El Niño podem ser amplos e afetar tanto a economia global quanto a regional. O planejamento e a adaptação das atividades econômicas e de infraestrutura às variações climáticas do El Niño são essenciais para minimizar seus efeitos negativos.

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