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Mudanças climáticas impactam o setor elétrico brasileiro

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A informação meteorológica é sem dúvida a ferramenta para um planejamento eficiente e ágil e uma tomada de decisão mais segura para as companhias de energia que operam na geração, transmissão, distribuição e comercialização.

 

Durante dois dias, (04 e 05/10), especialistas do setor de energia e sustentabilidade, CEOS e meteorologistas estiverem reunidos no Primeiro Encontro Nacional das Mudanças Climáticas Aplicados ao setor de Energia, em São José dos Campos, promovido pela Climatempo para debater o impacto das mudanças climáticas nas fontes de energia e o que está sendo feito para enfrentar os desafios climáticos e ambientais. 

 

Foto: Divulgação Climatempo Energia

 

Geração e transmissão de Energia

 

Do ponto de vista da geração de energia, muito se destacou que o Brasil tem desprendido esforços na busca por tecnologias mais eficientes e fontes de energia renováveis e/ou não emissoras. 

 

“A mudança climática é real e já afeta potencialmente o sistema energético nacional, seja por queda da disponibilidade hídrica ou por outros eventos extremos”, comentaram os especialistas. 

 

O Brasil tem um potencial hidroelétrico limpo e responde por 70% da energia consumida no país. Entretanto, para usufruir desta energia o futuro da infraestrutura das linhas de transmissão está em jogo já que ficam expostas aos riscos e variáveis do clima. Cerca de 50% das falhas ocorridas nas linhas de transmissão no passado estão associadas às tempestades acompanhadas de raios, chuva e ventos muito fortes. Juntos, são capazes de interromper o fluxo de energia ao longo das linhas interferindo no sistema elétrico.

 

“Precisamos cada vez mais usar a ciência para se adaptar aos riscos climáticos nas linhas de transmissão”, comenta André Padovan. 

 

Clima também causa impacto na distribuição de energia

 

Se as alterações do clima podem causar problemas na transmissão de energia, na distribuição a situação não é diferente. A quase totalidade (99%) das redes de distribuição de energia elétrica existentes no Brasil também é aérea e concentra-se em grandes áreas urbanas, onde vive a maioria dos consumidores.

 

Nessas áreas, as edificações, a substituição da vegetação por asfalto e a poluição dos automóveis e das fábricas causam alterações atmosféricas (como aumento da temperatura, aumento da concentração de partículas no ar e redução dos ventos) que favorecem a ocorrência de fortes tempestades. Por isso, há um grande movimento para garantir a eficiência nos próximos anos. 

 

Transição energética: descarbonização e hidrogênio verde

 

Durante o evento, também foi abordado a transição energética e quais alternativas, desafios e oportunidades que o Brasil irá explorar, diante dos impactos das mudanças climáticas. O público presente entendeu que é crescente no mundo a busca por soluções que conduzam à descarbonização e o hidrogênio verde é considerado a principal alternativa. No entanto, o debate ganhou força porque os desafios a serem superados são enormes e estão relacionados ao custo de produção, já que o custo do hidrogênio hoje obtido de fonte fóssil, que emite gases do efeito estufa é considerado baixo frente à alternativa mais sustentável. 

 

Região Nordeste apresenta vantagens do ponto de vista energético

 

A Região Nordeste, é a que apresenta as melhores vantagens competitivas na produção de Hidrogênio verde, em razão do elevado potencial eólico e solar e pela competitividade da energia gerada por essas fontes, concluíram os especialistas do painel de inovação. 

 

O evento teve como principal objetivo promover a conscientização e comprometimento das empresas do setor de energia com ações de combate às mudanças climáticas. A criação de um comitê de clima do setor de energia foi anunciado durante o evento com a finalidade de promover estudos para enfrentar os desafios climáticos. Os resultados serão apresentados em 2024, durante o 2º Encontro Nacional de Mudanças Climáticas que irá ganhar o apoio de mais um setor – o do Agronegócio.

 

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