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Resiliência climática do setor elétrico frente ao forte El Niño

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por Pedro Regoto - Meteorologista

Não é novidade que os efeitos do El Niño são diversos ao longo do Brasil, como um potencial maior para chuvas intensas na Região Sul, secas mais severas tanto no Norte quanto Nordeste, e calor extremo no país como um todo. Dependendo da magnitude do El Niño, esses efeitos podem ser mais evidentes e, portanto, mais severos.


Já vivenciamos alguns períodos de El Niño extremo, como o de 2015/2016 e, na atualidade (2023), estamos passando por um El Niño categoria forte. Os efeitos típicos já são sentidos em diversas áreas do Brasil. No Sul, chuvas intensas e muito frequentes estão impactando de forma severa. O calor está espalhado por todo o país, batendo recordes nos meses de agosto e setembro de 2023. No Norte, a seca está em patamares de atenção, onde rios estão com níveis críticos, como na bacia hidrográfica do Madeira.


Quando abordamos o assunto de resiliência climática, temos que ter em mente a região que está sendo afetada. Na Região Sul, o forte El Niño promovendo condições mais propícias a tempestades, traz grandes desafios para o setor elétrico. As distribuidoras de energia precisam se preparar ainda mais frente aos eventos climáticos extremos. A preparação de equipes para estarem de prontidão quando algum transtorno começar a ocorrer é de suma importância para o melhor atendimento possível à população. Mas, como fazer isso? Como se preparar melhor? Uma das possíveis soluções é o acompanhamento das previsões meteorológicas, hora a hora, dia-a-dia. Tempo severo exige um monitoramento contínuo, pois previsões podem se alterar e, com isso, o planejamento também.


Não podemos esquecer do meio de transporte de toda a energia gerada no país, as transmissoras de energia. Em condições atípicas, como a do El Niño, e ainda pensando nesse contexto de tempestades mais frequentes, as transmissoras também são muito impactadas. Nesse caso, os problemas são um pouco diferentes das distribuidoras. Para as transmissoras de energia, os maiores impactos são relativos a quedas de torres de transmissão, rompimento de cabos e desligamentos frequentes da linha. De modo geral, as rajadas de vento são os principais causadores desses problemas e, em segundo lugar, as descargas atmosféricas. Portanto, também deve se fazer presente, no dia-a-dia da operação das transmissoras, o acompanhamento meteorológico, justamente para que, em momentos críticos, a ação ser a mais eficaz possível.


Discutimos sobre as problemáticas para as condições de tempestade. Mas e no Norte e Nordeste, onde as secas ficam mais evidentes? Existem grandes hidrelétricas que estão instaladas em ambas as regiões, mas principalmente no Norte brasileiro. Secas severas trazem um impacto significativo na operação dessas usinas. Podemos chegar a um ponto da usina simplesmente não conseguir gerar mais, ou seja, as máquinas terem que ser desligadas. Também existe o outro lado da moeda, como falamos no Sul, onde as hidrelétricas devem verter, ou traduzindo informalmente, “jogar fora” a água que passa pelas usinas. Nada disso é positivo para o setor. E mais uma vez… O monitoramento e acompanhamento da condições meteorológicas se faz imprescindível para a melhor tomada de decisão em cada caso.


Diante de todos impactos do ponto de vista de chuva, ainda temos que conviver com as altas temperaturas. O setor elétrico é sensível aos extremos de calor, principalmente quando falamos de pico de carga de energia. Esse efeito pode levar a problemas, mesmo que pontuais, no fornecimento de energia para uma determinada região. No contexto do El Niño, combinado com aquecimento global, é o ponto crítico para as temperaturas atingirem níveis nunca vistos na história recente.


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