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Pesquisa revela grau de controle e transparência na cadeia pecuária

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O Radar Verde, indicador público e independente de transparência e controle da cadeia de produção e comercialização de carne bovina no Brasil que busca dar visibilidade às empresas compromissadas com a redução do desmatamento na Amazônia Legal, acaba de divulgar os resultados de sua segunda edição. A pesquisa inédita revela que 95% dos maiores varejistas do Brasil e 92% dos frigoríficos localizados na Amazônia Legal possuem controle da cadeia pecuária muito baixo. 

 

Os dados refletem o Grau de Transparência Pública, novidade do indicador em 2023, que se baseia nos dados públicos que as empresas disponibilizam em seus sites. Em 2023, o levantamento identificou 132 frigoríficos com plantas na Amazônia e 69 varejistas potenciais compradores de carne bovina da região.

 

Radar Verde: indicador público e independente de transparência da cadeia de produção e

comercialização de carne bovina no Brasil (Foto: Getty Images)

 

Os 132 frigoríficos identificados são os que possuem registros de Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e de Serviço de Inspeção Federal (SIF) operando na Amazônia. Quanto aos 69 supermercados, 50 correspondem às maiores redes varejistas, segundo o ranking de faturamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), e os outros 19 são os maiores supermercados dos estados da Amazônia Legal. 

 

“Nosso principal objetivo é oferecer informações relevantes aos consumidores, para que possam tomar decisões sobre o consumo de carne livre de desmatamento em seu processo de produção. E aos financiadores e setor financeiro, responsáveis pela concessão de crédito a estas empresas”, explica Alexandre Mansur, coordenador do Radar Verde e diretor de projetos do Instituto O Mundo Que Queremos.

 

 

“O desmatamento é uma ameaça sistêmica à economia brasileira, pois diminui as chuvas, que são essenciais para o agronegócio, para a geração de energia, o abastecimento industrial e dos lares. A pecuária bovina é a principal atividade responsável pelo desmatamento na Amazônia Legal, ocupando cerca de 90% da área desmatada, sendo que mais de 90% do desmatamento é ilegal”, justifica Paulo Barreto, coordenador do Radar Verde e pesquisador associado do Imazon.

 

Para avaliar essas empresas, o Radar Verde adotou três indicadores em 2023:

 

Grau de Transparência Pública

 

Avalia se as informações disponibilizadas nos sites das empresas mapeadas revelam a política de controle do desmatamento na cadeia da carne e se sua eficácia é comprovada por meio de auditoria independente realizada pela empresa. Para a avaliação desse indicador são consideradas as perguntas do questionário de avaliação do Grau de Controle.

 

Dos 69 varejistas, foi possível avaliar o Grau de Transparência Pública apenas de 47 empresas (68%). Os 22 (32%) restantes não tinham informações públicas ou o site estava em manutenção durante o período de análise, de 7 de julho a 2 de agosto de 2023. Dos 132 frigoríficos identificados, foi possível avaliar o Grau de Transparência Pública apenas de 38 (29%). Os 94 (71%) restantes não possuíam ou o site estava em manutenção durante o período de análise, de 07 de julho a 02 de agosto de 2023.

 

Grau de Exposição ao Risco de Desmatamento

 

Exclusivo para os frigoríficos, avalia o grau de exposição dessas empresas ao desmatamento. A metodologia foi desenvolvida pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e é baseada em informações sobre a zona de compra de cada planta frigorífica e sua sobreposição com desmatamento ocorrido, áreas embargadas e risco de desmatamento futuro.

 

“Esse indicador demonstra a extensão das áreas sob risco de desmatamento onde os frigoríficos atuam. Para cada empresa frigorífica há uma zona potencial de compra de gado e um risco que é calculado”, explica Ritaumaria Pereira, coordenadora do Radar Verde, pesquisadora adjunta e diretora-executiva do Imazon.

 

 

Grau de Controle da cadeia

 

Avalia as políticas contra o desmatamento e os indicadores de seu desempenho. Nesta avaliação são verificadas as políticas e indicadores para controle da origem (direta e indireta) da carne, apresentadas nas respostas das empresas ao questionário do Radar Verde, bem como sua eficácia comprovada por meio de auditoria independente realizada pela empresa. 

 

O Grau de Controle é obtido a partir das respostas das empresas aos questionários enviados. Os resultados do levantamento de 2023 indicam que, da forma que a cadeia está estruturada no Brasil atualmente, frigoríficos e varejistas não demonstram qual é o Grau de Controle que possuem sobre a produção de carne bovina. Nenhum dos 132 frigoríficos respondeu à pesquisa do Grau de Controle da cadeia. 

 

Os resultados completos do Radar Verde estão disponíveis no site. No relatório final são listados todos os 132 frigoríficos e os 69 grupos varejistas pesquisados, com suas classificações. 

 

 

O Radar Verde

Criado em 2022, o Radar Verde é uma realização do Instituto O Mundo Que Queremos (IOMQQ) e do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que avalia iniciativas de frigoríficos e supermercados, em todas as etapas de sua cadeia de fornecedores, que indiquem seu grau de comprometimento com a garantia de que a carne bovina que compram e vendem não está relacionada ao desmatamento da Amazônia Legal. O índice classifica anualmente os frigoríficos e supermercados de acordo com o grau de controle e transparência sobre sua cadeia da carne.

 

 

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