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Aquecimento global intensifica chuvas torrenciais no Brasil

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4 min de leitura

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por Guilherme Alves Borges - Meteorologista

O aumento das chuvas torrenciais em decorrência do aquecimento global tem sido subestimado, de acordo com um estudo recente publicado na Journal of Climate. O impacto dessas precipitações extremas, capazes de provocar inundações catastróficas, é mais significativo do que previam os modelos climáticos tradicionais. Este estudo, liderado por Anders Levermann do Instituto de Potsdam para Pesquisa sobre Impacto das Mudanças Climáticas (PIK), revela que as chuvas intensas serão mais frequentes e fortes, especialmente em regiões tropicais e latitudes altas, como o sudeste asiático e o norte do Canadá, devido ao aumento da capacidade do ar quente de conter mais vapor de água.


Brasil no foco:

No contexto brasileiro, um estudo realizado por pesquisadores do país e do exterior em 2022 analisou as chuvas torrenciais que assolaram partes da Região Metropolitana do Recife e áreas de outros quatro estados do Nordeste entre o final de maio e o início de junho. O trabalho revela que o episódio, que resultou em pelo menos 133 mortes e 25 mil desabrigados, foi 20% mais intenso devido ao aquecimento global. Em um período crítico de 24 horas, mais de 200 milímetros de chuva caíram na capital pernambucana e em cidades vizinhas, equivalendo a 70% da pluviosidade esperada para toda a região em maio.


O estudo utilizou uma metodologia que comparou as previsões de diversos modelos climáticos com mudanças observadas historicamente. Os pesquisadores conseguiram identificar as alterações relacionadas às emissões de gases do efeito estufa causadas pela atividade humana. A pesquisa destaca que a intensidade e a frequência das chuvas torrenciais aumentam exponencialmente com o crescimento do aquecimento global.


Consequências para o Nordeste brasileiro:

Os resultados do estudo sobre as chuvas extremas no Nordeste foram divulgados em 2022, por meio de um relatório técnico disponibilizado online. O climatologista Lincoln Muniz Alves, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), destaca que a metodologia utilizada para analisar eventos extremos é semelhante em estudos que buscam entender o impacto das mudanças climáticas globais. No Nordeste brasileiro, as chuvas intensas tornaram-se mais frequentes e fortes, afetando não apenas Pernambuco, mas também áreas de Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba.


O estudo ressalta a urgência de compreender e mitigar os impactos do aquecimento global, especialmente em regiões propensas a eventos climáticos extremos. O Brasil, em particular, enfrenta desafios significativos, conforme evidenciado pelas chuvas torrenciais no Nordeste. A conscientização e a adoção de medidas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa tornam-se imperativas para enfrentar as mudanças climáticas e minimizar os riscos associados a eventos meteorológicos extremos.

 

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