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A COP28 e os desafios urgentes do aquecimento global

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5 min de leitura

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por Guilherme Alves Borges - Meteorologista

A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP28) está marcando um momento crucial na busca por soluções ambiciosas para enfrentar as alterações climáticas. O encontro, realizado em Dubai, ocorre em meio a números alarmantes que destacam o impacto das energias fósseis no planeta. Aqui estão alguns pontos fundamentais que resumem a urgência da situação.

 

Recordes de calor e impactos concretos:

A década entre 2010 e 2020 já entrou para a história como a mais quente já registrada, com uma temperatura média global 1,1ºC superior ao período pré-industrial. O derretimento recorde de geleiras, camadas de gelo e o aumento médio de 4,5 mm por ano no nível dos oceanos são evidências tangíveis dos efeitos nefastos do aumento das temperaturas.

 

Novembro de 2023 marcou o sexto mês consecutivo de recordes de temperatura, atingindo 1,75ºC acima do nível de referência, alertando para a inevitabilidade de 2023 ser o ano mais quente já registrado. Compromissos climáticos assumidos colocam o planeta em uma trajetória de aquecimento entre 2,5ºC e 2,9ºC até 2100, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

 

Emissões de dióxido de carbono e responsabilidades globais:

As emissões mundiais de dióxido de carbono aumentaram 1,1% no ano passado, sendo que cerca de dois terços dessas emissões são provenientes de energias fósseis. Os Estados Unidos e a China, responsáveis por 41% das emissões em 2021, destacam a necessidade de ações conjuntas das maiores economias para reverter essa tendência.

Ao longo do período de 1850 a 2021, os Estados Unidos, China e União Europeia foram os principais responsáveis pelo aquecimento global. A China projeta um aumento de 4% em suas emissões de CO2 em relação a 2022, enquanto a Índia, terceiro maior emissor, verá um crescimento de 8% em 2023.

 

Desafios na redução de emissões e metas do Acordo de Paris:

O Acordo de Paris estabeleceu metas ambiciosas, mas as emissões de gases do efeito estufa ainda estão aumentando. Apesar dos esforços para reduzir essas emissões, as projeções indicam apenas uma diminuição de 3% em relação às previsões anteriores de aumento de 16% até 2030. Para conter o aquecimento global até 1,5ºC, as emissões precisam diminuir em 43% até 2030 em comparação com os níveis de 2019, de acordo com o IPCC.

 

O desafio do metano e a importância das energias renováveis:

O metano, segundo maior contribuinte para o aquecimento global depois do CO2, representa cerca de 30% do aumento das temperaturas desde a revolução industrial. As emissões desse gás, provenientes principalmente da agricultura e combustíveis fósseis, podem aumentar 13% até 2030, exigindo uma redução de 60% para atingir as metas de Paris.

 

O desenvolvimento de energias renováveis, como solar e eólica, é crucial para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. A Agência Internacional de Energia destaca que as energias limpas têm o potencial de reduzir mais de 25% da demanda por combustíveis fósseis nesta década, contribuindo para uma diminuição de 35% nas emissões de CO2 até 2030.

 

COP28: desafios e perspectivas:

A COP28 ocorre em um contexto crítico, com o presidente da conferência, Sultan al-Jaber, demonstrando inicialmente negacionismo em relação à ciência climática. Após pressão, o presidente afirmou respeito à ciência e destacou dados sobre o abandono gradual dos combustíveis fósseis.

 

Análises da OMM e do Copernicus indicam que 2023 será o ano mais quente da história, com uma média de temperatura projetada 1,4°C acima dos níveis pré-industriais. O desafio de reduzir emissões e conter o aquecimento global continua a ser um foco central nas negociações climáticas em Dubai, reforçando a urgência de ações decisivas para enfrentar a crise climática.

 

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