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A dengue no Brasil: impacto de fatores climáticos e sociais

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Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um aumento alarmante nos casos de dengue, uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Em 2024, os temores se intensificaram com projeções sugerindo que o país possa atingir um recorde de 4,2 milhões de casos, conforme anunciado pela Secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel nesta sexta-feira 09/02. Este aumento significativo em comparação com os anos anteriores tem despertado preocupações tanto a nível nacional quanto internacional.


O impacto do fenômeno El Niño


Um dos principais fatores que têm contribuído para o aumento dos casos de dengue é o Fenômeno El Niño. Históricos mostram que anos de atuação do El Niño, como 2015 e 2019, foram marcados por um aumento significativo na incidência de casos de dengue no Brasil. O El Niño causa um aumento nas temperaturas, deixando o país mais quente do que o normal. Esse Clima propício favorece a reprodução do mosquito Aedes aegypti, ampliando a propagação da doença. Além disso, o Brasil, com seu clima majoritariamente tropical e estações bem definidas, é particularmente suscetível a essas variações climáticas, tornando-se um terreno fértil para a proliferação do mosquito transmissor da dengue.

 

 Casos de Arboviroses entre 2008 e 2019.

Fonte: IBGE, Sinan NET


Projeções para 2023 e 2024

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou no início de 2023, cerca de 8 meses atrás, sobre as implicações do El Niño para a disseminação de doenças virais, incluindo a dengue, zika e a febre chikungunya. O diretor geral da OMS Tedros Adhanom, declarou:

 

“A OMS está se preparando para probabilidade muito alta de que 2023 e 2024 serão marcados pelo evento El Niño, que pode aumentar a transmissão de dengue e outras chamadas arboviroses, como zika e chikungunya”.

 

Além disso, a mudança climática e o aquecimento global têm exacerbado esse problema, criando condições mais favoráveis para a reprodução de mosquitos e a propagação de doenças transmitidas por eles.

 


Distribuição geográfica dos casos

 

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que alguns estados brasileiros têm sido mais afetados pela dengue neste início de 2024. Distrito Federal, Minas Gerais e Acre lideram em incidência de casos, enquanto Paraná, Goiás e Espírito Santo também enfrentam aumentos diários.

 

Neste ano, o país já registrou mais de 360 mil casos (prováveis e confirmados) de dengue, com 40 mortes confirmadas. Isso representa um aumento de 291% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados pouco mais de 93 mil casos nas primeiras cinco semanas do ano.

 

 

 Casos de dengue, Brasil

Fonte: Ministério da Saúde do Brasil

 

Papel da comunidade no combate à dengue


Enquanto medidas de controle do vetor, como o uso de inseticidas e repelentes, são importantes, a prevenção da dengue depende, em grande parte, do engajamento da comunidade. A remoção de possíveis criadouros do mosquito, como pneus velhos e recipientes com água parada, é crucial para interromper o ciclo de reprodução do aedes aegypti. Programas que envolvem a participação ativa das comunidades na identificação e eliminação desses criadouros têm demonstrado ser eficazes na redução dos casos de dengue.


O aumento dos casos de dengue no Brasil em 2024 é resultado de uma combinação complexa de fatores climáticos, sociais e ambientais. O fenômeno El Niño, juntamente com as mudanças climáticas globais, tem exacerbado as condições favoráveis para a proliferação do mosquito transmissor da doença.

 

Para enfrentar esse desafio crescente, é essencial adotar uma abordagem integrada que envolva não apenas medidas de controle do vetor, mas também a mobilização da comunidade e investimentos em infraestrutura de saúde pública. Somente com uma resposta coordenada e abrangente, o Brasil poderá conter a propagação da dengue e proteger a saúde de sua população.

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