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Clima e custos de produção estão na mira do produtor rural

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Foto Crédito James Baltz

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No Brasil, a safra de soja segue enfrentando as adversidades do Clima e os preços baixos no mercado. Na vizinha Argentina e do outro lado do oceano nos Estados Unidos, o bom desempenho das lavouras têm preocupado o produtor brasileiro.

 

“Nos Estados Unidos há um movimento interessante para o investimento na oleaginosa, principalmente para esmagamento na produção de biocombustível. Com a regularização da oferta do grão no mercado global, o cenário é preocupante para o agricultor brasileiro, que deve seguir enfrentando preços baixos e custos elevados. Para evitar mais prejuízos, a orientação é comprar fertilizantes antecipadamente para não ter surpresas na próxima safra”, avalia Alberto Pessina, CEO da Agromove.

 

Milho

 

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), nesta última semana de fevereiro, a semeadura do milho 2ª safra já atingiu 80,38% da área total estimada para o estado na safra 2023/24. Mesmo próximo ao fim da janela ideal de semeadura em Mato Grosso, o ponto de atenção continua sendo as condições climáticas.

 

Como fica o clima em março de 2024?

 

Março começa com uma tendência para atmosfera bastante aquecida e ocorrência de temperaturas elevadas neste final de verão, segundo os meteorologistas da Climatempo.

 

Para os primeiros dias do mês, a previsão indica temperaturas entre 37ºC e 39ºC, ou seja, bastante calor para áreas produtoras do interior do Mato Grosso do Sul e algumas áreas do cerrado goiano. O calor também será destaque no interior paulista e Triângulo Mineiro.

 

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Observe o mapa que mostra o desvio da temperatura entre 1 e 5 de março, onde os tons em laranja e vermelho indicam temperaturas de 3ºC a 5°C acima da média para o período.

 

De acordo com a meteorologista da Climatempo, Nadiara Pereira, nas previsões mais estendidas, olhando para o período do Outono, as projeções indicam o calorão com veranicos até o mês de maio, especialmente no Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo. Outro fator importante é que com a atmosfera mais aquecida reduz a chance o risco para frio extremo, principalmente no final do Outono e início de inverno, em junho de 2024.

 

Tempestades ainda poderão ser observadas em vários polos agrícolas, especialmente no Sul do Brasil

 

A tendência é que a precipitação volte mais para o Sul, com chuvas acima da média principalmente no Rio Grande do Sul à partir deste mês de março. "As áreas sujeitas a irregularidade da chuva são o Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, que acontece no final do ciclo da soja e fase inicial do milho segunda safra. Nas áreas mais ao norte do Brasil, o mês de março segue com bastante chuva, principalmente no Matopiba e algumas áreas entre Mato Grosso, Goiás e o norte de Minas", pontua a meteorologista.

 

“Até meados de março os padrões serão bem parecidos com os observados em fevereiro, ou seja mais chuvoso que o normal sobre a metade norte do país", prevê Pereira.

 

"No decorrer do Outono, ainda com o reflexo do El Niño, a tendência é que a umidade recue mais para extremo sul do Brasil e a chuva diminui sobre o interior do país o que é normal para a época do ano, mas deve ficar mais acentuado na segunda quinzena de Abril e durante o mês de maio", conclui a meteorologista.

 

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Foto Crédito James Baltz

 

USDA reduz área de plantio de milho e trigo nos EUA 

 

Alberto Pessina diz que a expectativa agora é com a safra norte-americana, a região conhecida como “corn belt”, que tem apresentado boas expectativas de chuvas durante o plantio da lavoura, apesar da redução na área. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostra uma área destinada ao milho com 36,82 milhões de hectares, redução de 3,8%, para a safra 24/25. A expectativa é de aumento das exportações americanas - de 53 para 55 milhões de toneladas. Na opinião de Pessina, o que vai ditar esse cenário para os próximos meses no Brasil, é o mercado interno, em que é destinada boa parcela da produção brasileira.

 

Qual o cenário para a pecuária?

 

O comércio de carnes deve crescer 3% na próxima década. No entanto, o ritmo de crescimento será menor que na década anterior. O relatório do USDA mostra que os países desenvolvidos devem permanecer com mais de 55% da fatia de exportações, uma queda de 3% em relação à década anterior. Brasil e EUA devem representar 20% desta fatia.

 

“O maior crescimento em importações será da África, que tem potencial para consumir 78% do crescimento adicional em importação de carnes. O frango deverá representar um terço do aumento adicional desta demanda.”, explica o consultor.

 

Enquanto o futuro ainda é desconhecido, o pecuarista brasileiro segue na esperança de uma valorização no preço da arroba.

 

“Apesar das negociações entre pecuarista e frigorífico continuarem travadas, e com preços nada animadores, há previsão de retomada  para o segundo semestre. A estratégia de momento de alguns produtores é aproveitar o cenário favorável das pastagens, para segurar o gado e conseguir uma melhor negociação”, reforça Pessina.

 

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