Pelo meteorologista César Soares
A chegada de uma nova frente fria ao Brasil está mudando o cenário do tempo em várias regiões do país. O sistema se forma a partir de uma baixa pressão no Paraguai que chega ao Oceano Atlântico e atrai a umidade da Região Norte.
Sul
Nesta sexta-feira (17), as chuvas mais fortes se concentram na Região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, onde há risco de temporais com raios, ventos fortes e granizo.
Com o deslocamento da frente fria, a instabilidade avança para Santa Catarina e Paraná, reforçando o alerta para chuva volumosa e ventania.
A presença constante de nebulosidade impede o aquecimento mais acentuado, mas o ar abafado ainda predomina em boa parte da Região. Essa combinação de calor, umidade e ar frio em altitude é o combustível perfeito para a formação dos temporais.
Sudeste entra em alerta: tempo muda entre sexta e sábado
A influência da frente fria se estende para o Sudeste. Nesta sexta, o calor e a umidade favorecem a formação de nuvens carregadas sobre São Paulo e Minas Gerais.
A manhã ainda será de sol e temperaturas elevadas — a capital paulista pode registrar máximas de até 31°C, mas no decorrer da tarde as pancadas de chuva retornam com risco de trovoadas e rajadas de vento.
No sábado (18), o cenário muda completamente. O avanço do sistema frontal e o reforço de uma área de baixa pressão próxima à costa deixam o tempo instável em praticamente todo o estado.
A temperatura cai bruscamente: a máxima não deve passar dos 23°C, e há previsão de chuva forte e persistente ao longo do dia. No litoral e no Vale do Ribeira, os ventos podem superar os 70 km/h, reforçando o alerta para transtornos.
No Rio de Janeiro e no sul de Minas Gerais, as instabilidades ganham força entre o fim do sábado e o domingo (19), com previsão de chuva volumosa e queda de temperatura. No Espírito Santo, as mudanças devem chegar entre o domingo e a segunda-feira.
Centro-Oeste volta a registrar temporais
A umidade da Amazônia somada à passagem da frente fria cria o cenário perfeito para temporais no Centro-Oeste.
No Mato Grosso do Sul, a chuva se espalha desde o período da manhã, com alta probabilidade de trovoadas e ventos fortes.
Já em Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal, as pancadas de chuva ocorrem entre a tarde e à noite, com risco de temporais isolados.
Essa mudança marca o enfraquecimento do calor extremo que vinha predominando na região nos últimos dias. A partir do domingo, o tempo tende a ficar mais ameno e a temperatura estabiliza em patamares mais agradáveis.
Apesar dos problemas que os temporais podem causar, a chuva auxilia no combate aos incêndios florestais nas áreas mais centrais do país.
Norte e Nordeste: contraste de realidades
Enquanto o ar frio avança pelo centro-sul, o Nordeste segue sob domínio do sol e do ar seco.
Apenas a faixa litorânea da Bahia, Alagoas e Pernambuco deve registrar chuva leve e passageira, provocada pelos ventos marítimos que trazem umidade do oceano.
No interior, o tempo continua firme, com baixa umidade do ar e calor intenso.
No Norte, o padrão segue típico da estação: chuvas irregulares, mas com chance de temporais no Amazonas, Acre e Rondônia. O excesso de umidade mantém o tempo abafado e as pancadas de chuva se concentram entre a tarde e a noite.
Atenção, depois da frente fria, vem o frio fora de época
Após a passagem da frente fria, uma massa de ar polar avança pelo Sul e parte do Sudeste, garantindo céu limpo, vento gelado e temperaturas baixas.
O domingo (19) será de frio intenso, com mínimas abaixo dos 10°C no interior do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Há também possibilidade de geada em alguns pontos mais altos da Região Sul.
Em São Paulo, a máxima não deve ultrapassar os 16°C, e os ventos podem superar os 60 km/h em alguns momentos, aumentando a sensação de frio.
Na segunda-feira (20), a massa de ar polar ainda atua, mantendo o tempo firme e as manhãs geladas em grande parte da Região Sul e Sudeste.
Aos poucos, o sol volta a aparecer, mas o frio deve persistir ao longo da semana.
Essa sequência de mudanças é resultado da interação entre o ar quente e úmido da Amazônia e o ar frio vindo do sul do continente.
A baixa pressão atmosférica no Paraguai atua como um “motor” para a instabilidade, puxando a umidade para o Sul e o Sudeste.
Quando a frente fria se desloca sobre o país, esse contraste térmico provoca chuvas fortes, ventos intensos e queda de temperatura, fenômeno típico das transições de estação.
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