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11/06/2016 às 21:01
por Leandro Bellato
Atualizado 20/06/2018 às 11:49
Em geral o Brasil apresenta temperaturas elevadas ao longo do ano e não há necessidade das pessoas se preocuparem com os danos à saúde decorrentes da exposição ao frio. Entretanto, no inverno o centro-sul do país fica exposto à influência de massas de ar polar que causam o declínio acentuado das temperaturas e podem persistir por vários dias. Além disso, a maioria dos lares brasileiros, inclusive os do centro-sul, não dispõem de isolamento térmico e sistemas de aquecimento comuns em locais tipicamente mais frios, como Europa, Japão e América do Norte, o que pode expor pessoas a riscos desnecessários.
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Quando a hipotermia leva a estágios onde a confusão mental é muito grande ou a pessoa desmaia, geralmente as alterações cardiorrespiratórias que acompanham estes sintomas requerem a ação de profissionais treinados e equipamento especializado. A apoxia decorrente de apnéia ou paradas cardiorrespiratórias podem levar a danos neurológicos temporários ou permanentes. Neste estágio, sem cuidados médicos as pessoas geralmente entram em coma ou morrem. Infelizmente, mortes por hipotermia ocorrem bastante entre os moradores de rua dos grandes centros urbanos do Sul e Sudeste do Brasil.
Agasalhos, luvas, gorros e cachecóis são boas medidas preventivas à hipotermia.
Por causa das reações orgânicas típicas para lidar com o frio, algumas pessoas são mais suscetíveis à hipotermia e necessitam de cuidados redobrados. Idosos e crianças, com sistema termorregulador deficiente, muitas vezes são mais sensíveis às baixas temperaturas. Pessoas com deficiências cardíacas ou histórico de insuficiência respiratória, também. Diabéticos precisam estar especialmente atentos aos pés e mãos. O stress térmico decorrente da exposição ao frio causa, a médio prazo, supressão parcial do sistema imunológico, afetando quadros pós-cirúrgicos e pessoas imunodeprimidas, como as que passam por tratamento de câncer ou leucemia ou sofrem de alguma síndrome autoimune e similares.
Além da exposição prolongada ao frio, o contato direto com objetos muito frios, gelo, água próxima do ponto de congelamento ou de vento intenso pode causar "queimaduras de frio" (frostbite, em inglês), que afetam geralmente os dedos dos pés e da mão, lábios, nariz ou outras extremidades expostas a frio intenso. Nesta situação, o fluxo sanguíneo é severamente (por vezes integralmente) interrompido para a região e a falta de oxigênio e nutrientes causa a morte progressiva dos tecidos afetados.
Queimaduras de frio (frostbite) nos dedos de um paciente.
Em seus estágios iniciais estas queimaduras apresentam ulcerações superficiais, seguidas de inchaços e frequentemente com a presença de bolhas, como queimaduras típicas por objetos quentes. Neste caso, é necessário cobrir e aquecer o mais rapidamente possível a área afetada e procurar ajuda médica. Queimaduras deste tipo precisam de cuidados profissionais e levam de alguns dias a uma ou duas semanas para se curarem, podendo deixar cicatrizes. Em casos mais graves, quando a exposição das extremidades ao frio é duradoura ou muito intensa, a destruição dos tecidos não pode ser revertida e ocorre necrose de massa muscular ou até óssea, necessitando de intervenção médica para evitar septicemia, que levaria à morte. Por causa disso, quadros mais graves de queimaduras pelo frio costumam levar à amputação de dedos e outras áreas afetadas.
Para os residentes das regiões onde a temperatura do ar se aproxima de 0°C, recomenda-se o uso de luvas e meias, gorros e cachecóis para manter as extremidades aquecidas. É prudente também evitar a exposição ao vento ou o contato com água gelada ou objetos de metal expostos ao vento e umidade.
É importante notar que a maioria dos animais domésticos também precisa de cuidados para evitar os males da hipotermia e é prudente evitar expô-los ao vento e umidade e muito recomendável que seus leitos estejam protegidos de cimento ou pisos de cerâmica por tecidos grossos ou similares.
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