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De acordo com a Agência Internacional de Energia, já são mais de 2 milhões de veículos totalmente elétricos no mundo e esse número tende a crescer cada vez mais. Só que aqui no Brasil, definitivamente não é muito comum ver um carro elétrico pelas ruas. Até os híbridos são raros. Por que será? E o mais importante: quando essa tecnologia vai se tornar popular por aqui? O Foco Ambiental foi até o Salão Latino-Americano de Veículos Híbridos-elétricos para descobrir.
Meio ambiente
Em alguns carros elétricos, a emissão de poluentes chega à zero. A nossa saúde e o meio ambiente agradecem! No entanto, é bom lembrar que, mesmo assim, o carro elétrico pode poluir indiretamente. Vai depender da fonte energética utilizada para recarga. Na China, por exemplo, a maior parte da energia é adquirida por meio da queima de carvão. Portanto, a poluição gerada não será muito diferente em relação a um carro convencional. Já no Brasil, onde a principal fonte de energia são as usinas hidrelétricas, os veículos que usam esse sistema podem ser muito vantajosos.
Foto: Shuttertock
Economia no combustível
O Rogério Markiewicz é membro da Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (ABRAVEI). Ele dirige um carro totalmente elétrico há pouco mais de um ano.
“É muito bom saber que você está dirigindo no trânsito um carro que não solta CO2, que não faz barulho e está contribuindo um pouco pro meio ambiente urbano. É um veículo que por ter poucas peças móveis, tem um custo de manutenção muito baixo e economiza”, diz Markiewicz, “Posso dar o meu exemplo. Há um ano, quando eu ainda tinha um carro que soltava fumaça, eu gastava em torno de 700 reais por mês com gasolina. Rodando o mesmo tanto, hoje em dia eu gasto 50 reais por mês com energia elétrica”.
Foto: Bruno Ahn
Poucos locais para abastecimento
A economia é grande, mas os locais para abastecimento, especialmente em estradas, ainda são poucos. “Ainda tem uma carência muito grande de infraestrutura para esses carros no Brasil, principalmente em viagens, raríssimos os pontos em estrada que tem postos de abastecimento, mas essencialmente, eu abasteço em casa. Eu ando dois dias e recarrego um dia à noite, é como se fosse um celular”, explica Markiewicz.
Danilo Leite, gerente de mobilidade elétrica da CPFL, complementa, “a gente ainda não tem muitos postos de recarga, mas também faz sentido a gente ter poucos postos justamente porque não tem uma demanda ainda tão grande. Então, dentro da CPFL, dentro da própria Associação Brasileira do Veículo Elétrico, a gente acredita que a infraestrutura tem que crescer em sinergia com a demanda de veículos, então ao passo que ela vai crescendo, a gente vai crescendo a infraestrutura”.
“A gente acredita que com a evolução e o consumo de veículos elétricos no Brasil, o mercado de infraestrutura já vai se adaptar. Novas usinas vão ser construídas, existem carregadores a base de energia fotovoltaica... então existem várias opções para que o mercado de veículos elétricos possa expandir no Brasil, sem muitos entraves”, diz Ricardo Guggisberg, presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico).
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Preço do carro
Foto: Shutterstock
Markiewicz destaca ainda outro problema em relação aos veículos elétricos, “Infelizmente ainda é um carro caro, muito pelos impostos. É um carro que paga mais imposto do que um carro a gasolina. Tem coisa errada nisso. Deveria ter um estímulo para você comprar um carro desse pagando menos imposto e não pagando mais imposto”.
“O veículo elétrico paga um IPI de 25%, enquanto um convencional parte de 7%”, explica Guggisberg, “Então o governo está atento a isso, está fazendo novas mudanças e as novas regras vão ser implantadas”.
A expectativa do presidente da ABVE é que daqui a 5 ou 6 anos, carros elétricos de qualidade já devem estar nas concessionárias com preços mais acessíveis, entre 40 e 50 mil reais. “Essa evolução é iminente, o mundo clama por veículos de baixa emissão, o mundo não aguenta mais veículos de alta emissão de gases poluentes. Nós estamos sofrendo as consequências, nós precisamos parar pra que possamos continuar vivendo na nossa casa, que é a terra”, diz.
“Condições a gente tem”, completa Danilo Leite, “a gente precisa realmente que algumas questões políticas evoluam pra gente realmente criar esse ecossistema sustentável pro desenvolvimento da mobilidade elétrica no país”.
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