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Eficiência energética ajuda a combater crise de energia

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Foto: revisar eficiência energética da geladeira é importante ação de combate à crise hídrica (iStock)

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Em meio à crise de energia, sociedade civil, empresas, academia e órgãos públicos alertam para a necessidade de eletrodomésticos mais eficientes

Carta assinada por representantes desses setores foi enviada ao Inmetro e pede que eficiência energética seja prioridade, em particular no caso dos refrigeradores 

 

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) recebeu, nesta sexta-feira (25/6), uma carta pedindo uma revisão mais ambiciosa do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) para os refrigeradores. O documento, organizado pela Rede Kigali e assinado por mais de 100 especialistas da área e consumidores, destaca a importância de se reduzir o consumo de energia das geladeiras - um dos eletrodomésticos que mais pesa na conta de luz dos brasileiros. Esse aspecto torna-se ainda mais relevante no atual contexto de crise energética. 


O PBE é uma das principais políticas do país na área de eficiência energética, direcionando a indústria para a inovação e orientando o consumidor sobre o quanto um eletrodoméstico gasta. Mas, no caso dos refrigeradores, não houve revisão das regras do PBE desde 2006, de modo que hoje as geladeiras brasileiras estão entre as mais ineficientes do mundo. 

 

Eficiência  energética: Brasil está lotado de falsos A


Nos próximos dias, o Inmetro deve publicar o resultado de uma consulta pública feita justamente para atualizar essas regras. O problema é que, diferentemente do necessário, a proposta apresentada pelo órgão não é suficiente para compensar o atraso na velocidade possível e necessária.

 

“Não podemos esperar mais 10 anos para que a legislação exija eficiência real em um dos principais consumidores de energia nas residências, que fica ligado 24 horas por dia. Pedimos uma aceleração no período de transição, caso contrário a meta de 2031 já nascerá ultrapassada”, alertam os especialistas na carta.


As organizações da sociedade civil, empresas, academia e órgãos públicos unidos nessa iniciativa inédita alertam que não temos mais motivos para esperar: a eficiência energética tem de ser uma das saídas-chave para a crise no setor de energia e também para evitar outras. Nesse sentido, a carta mostra casos de outros países, como Austrália e Estados Unidos, onde a política de etiquetagem ajudou na redução do consumo de eletricidade dos refrigeradores, queda dos preços e aumento do volume. Destaca ainda que a indústria brasileira já tem tecnologia para garantir aparelhos modernos e eficientes para nossos consumidores. 


Além de cobrar uma revisão na proposta para os refrigeradores, a carta pede que o Inmetro se planeje para que a regulação brasileira acompanhe as melhores práticas internacionais e ajude a conscientizar o consumidor sobre a importância da eficiência energética, que faz bem para o bolso dele, para o meio ambiente e para as empresas.

 

“Se o PBE para refrigeradores tivesse sido revisto para que em 2020 a classe ‘A’ fosse 10% mais eficiente do que é, os brasileiros teriam gastado R$ 1,3 bilhão a menos em suas contas naquele ano, o que equivale a cerca de 46 milhões de doses importadas da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 ou uma economia de eletricidade que daria para abastecer 1 milhão de residências por um ano”, comenta Rodolfo Gomes, diretor-executivo do International Energy Initiative - IEI Brasil, uma das organizações que compõem a da Rede Kigali, que organizou a carta.


Veja a carta na íntegra e saiba quem assinou.


Sobre a Rede Kigali 

A Rede Kigali é composta pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), International Energy Initiative - IEI Brasil, CLASP, consultoria Mitsidi, Projeto Hospitais Saudáveis (PHS) e rede de jovens Engajamundo. Promove ações ligadas à melhoria da eficiência energética de aparelhos como ares-condicionados e refrigeradores, como forma de reduzir o consumo de energia de fontes poluentes, responsável por emissões de gases de efeito estufa que causam o aquecimento global. Também atua na redução do uso de fluidos refrigerantes com alto potencial de aquecimento global nesses equipamentos, objeto da Emenda de Kigali.

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