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Conexão pelo Clima: a construção de uma nova economia

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Foto: Divulgação/O Mundo Que Queremos

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Foto: Divulgação/O Mundo Que Queremos


Representantes de empresas, governos e investidores são unânimes ao defender que é urgente a união de esforços para que haja uma ação efetiva de mitigação das mudanças climáticas e a construção de uma nova economia. Esse foi o debate que norteou a terceira edição do Conexão Pelo Clima, que reuniu mais de 700 pessoas de vários países da América Latina entre os dias 26 e 28 de outubro, poucos dias antes da COP26. O evento foi organizado pelo CDP América Latina, Climate Ventures e Instituto O Mundo Que Queremos.


Para Rebeca Lima, diretora executiva do CDP América Latina, todos têm o seu papel no desenvolvimento de produtos financeiros verdes e negócios verdes a fim de que a recuperação econômica caminhe de mãos dadas com a necessidade de interromper a mudança do clima em curso. Já Alexandre Mansur, diretor do Instituto O Mundo Que Queremos, afirmou que essa agenda é um ganha-ganha-ganha, já que gera benefícios para acionistas, empreendedores e sociedade. A análise foi endossada por Daniel Contrucci, diretor da Climate Ventures, que ainda acrescentou que, embora essa nova economia ainda esteja em seus passos iniciais, o movimento está escalando. 

 


Ambição climática na América Latina

 

Segundo Daniela Lerario, líder brasileira na COP 26 e mediadora da plenária que apresentou experiências de governos, empresas e investidores para mobilizar um desenvolvimento sustentável, resiliente e inclusivo, para ter a possibilidade de um planeta estável para as gerações futuras, é preciso que ações sejam feitas agora.

 

Glasgow é a primeira COP a colocar a economia real no centro da agenda. A ação climática está acontecendo e é agora, mas precisamos ser ambiciosos. Não vai ser fácil, mas o mundo já tem conhecimento científico e capacidades tecnológica e financeira para fazer isso”, afirmou. 


A pandemia ajudou a sensibilizar os atores e o trabalho agora é manter essa conexão. Essa é a opinião de Larissa Assunção Oliveira Santos, representante do Núcleo de Sustentabilidade, Energia e Mudanças Climáticas do Governo de Minas Gerais, um dos 10 estados brasileiros que aderiram ao compromisso Race to Zero, que tem como meta neutralizar as emissões líquidas até 2050.

 

“O novo relatório do IPCC foi alarmante, mas também trouxe a informação de que ainda dá tempo, mas ele é curto e temos que ser ambiciosos”, disse.

 


Soluções Locais para a Resiliência Climática

 

Diversas cidades latino-americanas já implementaram medidas de adaptação e mitigação para lidar com os impactos das mudanças do clima e esse foi o foco da segunda plenária do evento. Uma dessas cidades é Recife, uma metrópole com grande vulnerabilidade devido ao risco climático, mas que já implementou um plano local de ação climática, apresentado pelo secretário de Meio Ambiente da Cidade, Carlos Ribeiro. A pequena cidade de Belén, na Costa Rica, também implementou uma iniciativa interessante: uma tarifa de serviços ambientais para preservar o recurso hídrico, visto que a região tem várias nascentes de água importantes para o país.

 

“As mudanças climáticas não são apenas um tema ambiental, mas de desenvolvimento e uma oportunidade de crescimento para os territórios”, pontuou Dulcehé Jiménez Espinoza, coordenadora ambiental do município colombiano.

 


Bioeconomia vai pautar o futuro do desenvolvimento

 

As exportações na Amazônia são muito concentradas, mas a lista de produtos que ela pode vender para fora é bem mais longa. A conclusão é do estudo “Oportunidades na exportação de produtos compatíveis com a floresta”. Conforme Salo Coslovsky, professor da Universidade de Nova Iorque e pesquisador do Amazônia 2030, se o Brasil ocupar 1,3% do mercado global de produtos compatíveis com a floresta, a receita anual será de US$ 2,3 bilhões. 


A promoção de novos negócios certamente está entre as saídas para colocar a teoria em prática, mas para isso é preciso incorporar valor agregado com ciência, tecnologia e inovação.

 

“Quando a gente deixa de olhar a Amazônia como pena e olha como oportunidade de resolver os gargalos, conseguimos gerar soluções para as cadeias produtivas, enriquecendo o ecossistema de produtos e serviços”, contribuiu Carlos Koury, diretor técnico do Idesam Conservação e Desenvolvimento Sustentável.

 


Finanças Sustentáveis para a Ação Climática

 

De acordo com Victor Tâmega, gerente Sênior de Investimentos em Infraestrutura da Rio Bravo Investimentos, um terço dos 100 trilhões de dólares geridos no mundo já tem algum aspecto ESG.

 

“A regulação também tem avançado para evitar o greenwashing e é importante estabelecer padrões e quantificações. Estamos caminhando, as pessoas têm ficado cada vez mais conscientes e rigorosas, então temos boas perspectivas para o curto prazo, mesmo que o Brasil ainda esteja meio fora dos trilhos no curto prazo”, observou.

 


Pitchs e rodadas de negócios

 

Como parte da atividade de curadoria, a programação do evento foi ainda uma oportunidade para que startups fossem apresentadas a possíveis investidores e financiadores, com apresentação de pitchs de boas soluções para o clima e rodadas de negócios, realizadas pela primeira vez online no último dia do evento. Os encontros entre startups, empresas e governos interessados nessas inovações, tiveram a participação de mais de 120 iniciativas, número recorde de inscrições.

 

 

 

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