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Em reunião na Alemanha, líderes do G7 anunciam plano de investimentos de US$ 600 bilhões para países em desenvolvimento. Iniciativa deve servir de contraponto à "Rota da Seda" promovida por Pequim
Reunidos na Alemanha, os líderes do G7 anunciaram neste domingo (26/06) o lançamento de um grande plano de investimentos em infraestrutura para países em desenvolvimento que visa responder ao avanço da influência global da China.
Segundo o governo americano, a iniciativa, batizada de "Colaboração pela Infraestrutura Global e o Investimento", pretende elevar o desenvolvimento em países de baixa e média renda, fortalecer a economia do planeta, assim como as cadeias de distribuição.
O projeto foi anunciado durante a cúpula do G7, que acontece no castelo de Elmau, no sul da Alemanha, e pretende mobilizar centenas de bilhões de dólares, para criar infraestruturas sustentáveis em nações aliadas em desenvolvimento. O G7 reúne a Alemanha, Estados Unidos, Itália, França, Japão, Canadá e Reino Unido.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que seu país destinará US$ 200 milhões (R$ 1,04 bilhão) à iniciativa nos próximos cinco anos, através de fundos do governo federal, em colaboração com o setor privado. Em 2013, a China lançou a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI), conhecida como "Nova Rota da Seda", que já resultou em investimentos diretos em mais de 70 países, vários deles em tradicionais áreas de influência dos EUA e da União Europeia.
"Quero ser claro - isso não é ajuda ou caridade", disse Biden. "É um investimento que trará retorno para todos, incluindo o povo americano e os povos de todas as nossas nações. Ele impulsionará todas as nossas economias."
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o G7 está oferecendo "infraestrutura sustentável e de qualidade".
Entre os pilares do plano, estão a luta contra a crise climática e a melhoria da segurança energética com investimentos em infraestruturas com baixas emissões, fábricas de produção de baterias e desenvolvimento de fontes limpas.
No campo tecnológico, a iniciativa contempla o desenvolvimento e a expansão da tecnologia das comunicações e a informação trabalhando com "provedores confiáveis", que forneçam 5G e 6G, conforme apontou a Casa Branca.
Também são contemplados investimentos nos sistemas de saúde, vacinas e equipamento médico, assim como a vigilância e a detecção de "novas doenças", o que inclui "laboratórios seguros" e a prevenção de pandemias futuras.
Antes de o G7 anunciar o plano de investimentos, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, manifestou a "preocupação compartilhada" pelo G7 face à situação econômica global, sobretudo por causa do aumento da inflação e do agravamento da crise energética - efeitos diretos da guerra na Ucrânia.
"Partilhamos desta preocupação", disse Scholz após a primeira sessão dos líderes do G7. Ele também sublinhou que tinha "confiança" de que os líderes do grupo saberiam manter "a mensagem necessária de coesão" face à situação criada pela "brutal agressão" lançada pelo regime do presidente russo Vladimir Putin contra a Ucrânia.
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Este conteúdo é uma obra originalmente publicada pela agência alemã DW. A opinião exposta pela publicação não reflete ou representa a opinião da Climatempo ou de seus colaboradores. Deutsche Welle