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Como explicar tanta chuva no Grande Rio?

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Não tem mais expectativa de chuva generalizada e extrema (como ocorreu no fim de semana, 13 e 14 de janeiro de 2024) até a quinta-feira, 18 de janeiro. A região metropolitana do Rio De Janeiro recebeu mais de 200 mm em 24 horas entre os das 13 e 14 janeiro 2024, causado mortes e enchentes.

 

Previsão para a semana


O Grande Rio vai ter uma semana muito quente, com temperaturas máximas de 36°C  a 38°C, e com umidade do ar alta. O sol vai aparecer forte e as pancadas de chuva devem ocorrer à tarde e a noite, de forma isolada. A maior chance de pancadas de chuva é justamente na baixada fluminense.

 

O sol forte vai ajudar a evaporar o excesso de água contribuindo para a secagem do solo. Mas a quantidade de chuva foi excepcional, então, essa secagem demora dias para ocorrer. O escoamento da água não é imediato. 


Embora não haja expectativa de chuva generalizada e volumosa, qualquer chuva agora vai cair sobre solo encharcado e o risco de deslizamentos de terra deve se manter alto por quase toda a semana


Estas pancadas de chuva provocadas pelo calor, umidade do ar elevada e associadas ao relevo local podem ser fortes em vários locais. Mas o Grande Rio não terá a chuva generalizada como no fim de semana.


As condições meteorológicas são outras! Não tem mais frente fria e nem área de baixa pressão por perto até a quinta-feira. Ma o calor continua, a umidade do ar segue elevada e formam nuvens carregadas. Mas na sexta deve surgir outra baixa pressão na costa do Rio de Janeiro.

 

Como explicar tanta chuva?

 

Não foi a primeira e nem será a última vez que o Grande Rio sofreu com tempestades, que despejaram volumes de chuva extremos em poucas horas. Uma combinação de fatores e situações meteorológicas explica a chuva muito volumosa:

 

1 - Relevo: os morros, maciços espalhados pelo Grande Rio têm importante papel na formação das nuvens, pois naturalmente forçam o ar úmido e quente a se elevar para camadas mais frias da atmosfera, onde esse ar quente resfria par formar nuvens e as gotas de chuva 

 

2 - passagem recente de frente fria: o ar frio que vem junto com a frente fria força a elevação natural do ar quente e úmido, que vai ser resfriado nas camadas mais elevadas da atmosfera formando nuvens e chuva.

 

3 - ar quente e úmido: ar quente e úmido são ingredientes básicos para a formação de grandes nuvens, com potencial para temporais

 

4 - baixa pressão atmosférica perto da costa do RJ: a pressão do ar baixa força a concentração de umidade e empurra para cima o ar quente e úmido que se resfria e forma nuvens e a gotas de chuva;  a circulação de ventos gerada pela baixa pressão injeta mais umidade marítima sobre o Grande Rio (mais combustível para formação de nuvens)

 

5 - água do mar quente: o mar quente, com temperatura acima da média, faz com que a evaporação seja maior e mais umidade do mar seja levada para atmosfera, que vai servir de combustível para formar nuvens.

 

Temporal no Grande Rio: condições meteorológicas no Grande Rio entre os dias12 e 14 de janeiro de 2024

(Arte: Climatempo)

 

Volumes de chuva

 

Conforme cálculos do Instituto Nacional de Meteorologia, a média de chuva normal para janeiro na maior parte do Grande Rio varia de 220 a 260 mm. Em algumas áreas, a média é menor, variando de 180  a 220 mm.

Entre os dias 13 e 14 de janeiro de 2024 choveu mais de 200 mm em vários municípios do Grande Rio e em alguns bairros da cidade do Rio de Janeiro.


Alguns volumes de chuva medidos pelo Cemaden entre aproximadamente 17 horas do dia 13 e 17h de 14 de janeiro de 2024, no Grande Rio


Mesquita: 265,4 mm

Nilópolis: 238,4 mm

Rio de Janeiro/Pavuna: 235,4 mm

São João de Meriti: 228,8 mm

Nova Iguaçu: 188,8 mm

Queimados: 176,4 mm

Seropédica: 164,6 mm


Na cidade do Rio de Janeiro, o Sistema Alerta Rio, da prefeitura do Rio de Janeiro, também mediu mais de 200 mm em 24 horas em alguns bairros.


Os volumes abaixo correspondem aos acumulados entre 17h45 do dia 13 e 17h45 de 14 de janeiro de 2024. Por volta da 14 horas já não chovia mais.


Anchieta: 244,6 mm 

Irajá: 200,6 mm

Madureira: 184,4 mm

Alto da Boa Vista: 128,8 mm

Bangu: 109,6 mm

Rocinha: 103,6 mm


Ainda segundo o Alerta Rio, o total de chuva acumulado de 1 janeiro até 17h45 dia 14/1/24, quase 15 dias, já superava os 200 mm em alguns bairros, mas passava dos 400 mm em Anchieta!


Anchieta: 431,2 mm

Irajá: 295,4 mm

Bangu: 255,2 mm

Madureira: 246,6 mm

Av. Brasil/Mendanha: 240,0 mm


Conforme medição do Instituto nacional de meteorologia na estação meteorológica da Vila Militar, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, de 1 janeiro até 9 horas do dia 14 de janeiro choveu 282,2 mm


Veja a comparação com os últimos janeiros


2024: 282,2 mm (até 9h de 14/1/2024)

2023: 294,6 mm

2022: 122,0 mm

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