Até quando vai este frio intenso?

Quando vai começar a esquentar? Até quando vai esse frio? Vai ter mais onda de frio neste inverno? Mesmo quem prefere o frio já está incomodado com a persistência do frio no centro-sul do Brasil. Até quem mora em locais frios do Sul ou no Sul de Minas, onde o inverno também é marcado por noites bastante frias, já está reclamando do frio.
O incômodo e as reclamações têm razão de ser. A primeira onda de frio em 2025 chegou ao Brasil no fim de maio. De lá para cá, foram várias passagens de massas de ar frio, de origem polar, que causaram acentuada queda da temperatura ou ajudaram a manter as temperaturas baixas. O Brasil está terminando a quinta onda de frio de 2025, que vigorou entre os dias 8 e 13 de agosto.

O centro-sul do Brasil já está a cerca de 2 meses e meio sentindo as lufadas polares com frequência. A previsão de que este inverno seria muito mais frio do que nos últimos do que no ano passado está se confirmando. É fácil perceber a diferença entre 2025 e 2024 pelos mapas de anomalia da temperatura média dos meses de junho e de julho. A anomalia é a diferença entre uma medida real e uma valor de referência, que neste caso, será a temperatura média para o período de 30 anos, de 1991 a 2020. Estes cálculos são feitos pelo Instituto Nacional de Meteorologia. Dizemos que uma anomalia é positiva quando a medida real fica superior ao valor de referência; a anomalia é negativa quando a medida real fica menor do que o valor de referência ou padrão.

Nos mapas a seguir, os tons de laranja e vermelho indicam áreas onde a temperatura média ficou acima do normal (valor de referência). Quanto mais vermelho, maior foi a diferença acima da média. Os tons em azul representam áreas onde a temperatura média ficou abaixo do valor de referência. Quanto mais escuro for o azul, mas abaixo da média.

A temperatura média no centro-sul do Brasil ficou acima ou muito acima da média em junho e em julho de 2024 (mapas com predomínio dos tons de laranja e de vermelho) por influência do fenômeno El Niño e dos oceanos com temperatura acima do normal, incluindo o Atlântico na costa brasileira. Em junho e em julho de 2025, sem o El Niño, e com um padrão médio de ventos e de pressão atmosférica mais próximo do normal, as frentes frias e suas massas de ar frio não tiveram dificuldade para sair da Antártida e avançar para centro-sul da América do Sul chegar ao Brasil. O resultado é que, em várias áreas do Sul, do Sudeste e até do Centro-Oeste, a média da temperatura nestes meses ficou dentro ou abaixo da média normal.

Até quando vai este frio?

Afinal, até quando vai esse frio intenso? Ainda teremos ondas de frio neste inverno, que astronomicamente termina em 22 de setembro.
O meteorologista Vinícius Lucyrio, da equipe de previsão Climática da Climatempo, explica que o mês de agosto vai prosseguir com extremos acentuados de temperatura. O calor ganha cada vez mais espaço, com alguns dias de aquecimento acima do normal, mas isto não significa que o frio acabou.

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Nova massa de ar frio, mas sem onda de frio

A nova massa de ar frio de origem polar que avança sobre o Sul o Brasil a partir desta quarta-feira, 13 de agosto, vai manter as temperaturas baixas nos próximos dias durante a noite e nas primeiras horas da manhã, nos estados da região Sul, do Sudeste e também em Mato Grosso do Sul. Mas as temperaturas não vão ficar tão baixas como no início desta semana, quando valores abaixo de 0 °C foram registrados nos dias 10 e 11 de agosto no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo, no Sul de Minas Gerais e no sul de Mato Grosso do Sul. Temperaturas entre 0°C e 5°C ainda foram observadas nesta quarta-feira, 13 de agosto, nos estados da região Sul, em São Paulo, no Sul de Minas, no Triângulo Mineiro, no sul de Mato Grosso do Sul e de Goiás.

• Esta nova massa de frio de origem polar que passa pelo centro-sul do Brasil não será caracterizada como uma onda de frio, mas vai dificultar o aquecimento do ar no centro-sul do país por mais alguns dias.

Mais frentes frias na segunda quinzena de agosto

A previsão para médio prazo indica que, entre os dias 19 e 23 de agosto, mais duas frentes frias devem se formar entre o Sul do Brasil, o Paraguai, a Argentina e o Uruguai. Estes dois sistemas podem provocar temporais na região Sul. O ar frio da primeira frente fria se espalha pelo Sul e chega a algumas áreas de Mato Grosso do Sul. Por enquanto, a queda de temperatura prevista será moderada. Já a frente fria que deve se organizar entre os dias 22 e 23 de agosto possivelmente trará uma queda de temperatura mais forte sobre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, sudoeste/sul e leste do Paraná. Áreas como o sudoeste do Mato Grosso do Sul, o sul e leste de São Paulo, incluindo a Grande São Paulo, e o estado do Rio de Janeiro, incluindo o Grande Rio, SP e RJ, também vão sentir um aumento do frio. O ar frio desta segunda frente fria deve se espalhar pelo centro-leste e sul de Minas Gerais e chegar ao Espírito Santo.
Mas Lucyrio alerta que “neste período, por mais que hajam várias frentes frias, o interior do Sudeste e Centro-Oeste deverão verificar temperaturas bastante elevadas, não se descartando a ocorrência de onda de calor a partir do dia 20 de agosto”.

O meteorologista Vinícius Lucyrio faz outra observação importante.
“Apesar de, neste momento, as principais simulações atmosféricas para o médio e longo prazo (previsão acima de 15 dias) estarem com grandes divergências sobre como vai se comportar a temperatura, ainda se mantém a tendência de uma nova frente fria mais intensa nos últimos dias de agosto de 2025, que trará chuva forte para o Sul e possível queda acentuada de temperatura na virada para o mês de setembro.”