O tempo seco voltou a ganhar força nos últimos dias sobre a região central do Brasil, com destaque para os estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, parte do Piauí e do interior de São Paulo. A atuação persistente de uma massa de ar seco derrubou a umidade relativa do ar para valores extremamente baixos, caracterizando mais um episódio típico da estiagem que avança sobre o país.
Em muitas cidades, a umidade ficou abaixo dos 30%, patamar que já é considerado de atenção pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns casos, os índices despencaram ainda mais, configurando estado de alerta , quando os valores ficam abaixo de 20%, oferecendo riscos à saúde da população e elevando o potencial para queimadas.
Terça-feira de ar
Na terça-feira, os menores índices de umidade foram registrados em Una, na Bahia, que chegou a apenas 12% às 10h da manhã, valor extremamente crítico. A situação também foi severa em Porangatu, no norte de Goiás, que atingiu 26% às 16h, e em Montalvânia e Florestal, em Minas Gerais, onde os valores chegaram a 28%, sendo registrado às 16h em Montalvânia e às 14h em Florestal.
A cidade de Montes Claros (MG) também enfrentou baixa umidade, com 29% às 16h, mesmo valor anotado em Goianésia (GO) às 17h e Araguaçu (TO) às 16h. O dia ainda foi marcado por 30% de umidade em São Miguel do Araguaia, em Goiás, e em Alvorada do Gurguéia, no sul do Piauí, reforçando o cenário de tempo extremamente seco em grande parte da região central.
Quarta-feira segue com ar seco e desconforto
As condições de ar seco se mantiveram nesta quarta-feira 21 de maio, com registros igualmente preocupantes. As menores umidades do dia foram anotadas em Ituverava, no interior de São Paulo, Formiga (MG) e Goiás (GO), todas com 23%, com registros variando entre 13h e 15h.
O cenário se repetiu em outras cidades da região, como Sonora (MS), que marcou 24% às 15h, e Montes Claros (MG), que novamente ficou com apenas 25% no mesmo horário. As condições também foram severas em Ituiutaba (MG) e Ibotirama (BA), que registraram 26% de umidade às 15h.
Outros destaques do dia incluem Pompeu (MG), Conceição das Alagoas (MG), São Simão (GO) e Campo Grande (MS), todas com 30% de umidade, além de São Miguel do Araguaia (GO), que novamente aparece na lista das cidades mais secas do país, com 30% às 13h. Até mesmo regiões do litoral, como Campos dos Goytacazes, no norte do Rio de Janeiro, registraram índices muito baixos, com 30% de umidade às 13h, algo pouco comum para áreas próximas ao mar.
Riscos à saúde e aumento do potencial para queimadas
O ar seco traz impactos diretos à saúde, como ressecamento de mucosas, olhos e garganta, além de agravar doenças respiratórias, especialmente em crianças e idosos. O desconforto térmico também aumenta, além de potencializar o risco de incêndios em vegetação e áreas agrícolas, sobretudo nas regiões de Cerrado, que naturalmente enfrentam estiagem prolongada nesta época do ano.
A baixa umidade também reduz a dispersão de poluentes, afetando a qualidade do ar, e contribui para um aumento na quantidade de queimadas, que começam a se espalhar de forma mais expressiva pelo interior do Brasil.
Previsão não traz alívio nos próximos dias
A previsão indica que não há expectativa de mudanças nas condições do tempo para os próximos dias na região central do Brasil. A massa de ar seco continua predominando, mantendo os índices de umidade baixos durante as tardes e favorecendo dias de muito sol, calor e céu praticamente sem nuvens. Essa condição típica da estação seca deve persistir, e a tendência é que os episódios de ar muito seco e o risco de queimadas se intensifiquem nas próximas semanas, especialmente à medida que avançamos para junho, julho e agosto — meses historicamente mais críticos para estiagem no Brasil central. Para essa quinta-feira o destaque novamente se concentrará sobre o Centro-Oeste, Sudeste e Interior do Nordeste áreas em amarelo no mapa.

Figura 1- Mapa de risco de umidade nesta quinta-feira 22 de maio de 2025. Fonte: Climatempo.