Texto por, Vitor Takao – meteorologista da Climatempo
A atuação persistente dos ventos úmidos vindos do oceano Atlântico segue mantendo as condições de tempo instável em boa parte da faixa leste do Nordeste. Desde o início da semana, diversos municípios da região têm registrado pancadas de chuva frequentes, e a tendência é de que esse cenário se intensifique nos próximos dias.
A combinação entre a umidade disponível e o calor presente na atmosfera local deve seguir favorecendo a formação de nuvens carregadas, especialmente entre o litoral dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A chuva cai em forma de pancadas, com potencial para temporais e volumes mais expressivos em algumas áreas, além de risco para alagamentos e deslizamentos em áreas de encosta.
Capitais em Alerta
Em Recife e João Pessoa, os volumes acumulados de chuva devem ser elevados, podendo ultrapassar os 50 milímetros em apenas dois dias. Como o solo já se encontra bastante encharcado devido às chuvas recentes, o risco de transtornos permanece elevado, com potencial para alagamentos e deslizamentos em áreas vulneráveis. Já no litoral da Bahia, o sábado ainda será de tempo mais firme, com sol predominando e pancadas rápidas e isoladas ao longo do dia. A partir do início da próxima semana, porém, a infiltração marítima ganha força na região, e municípios como Ilhéus, Porto Seguro e Salvador devem receber volumes mais significativos de chuva, com acumulados entre 30 e 35 milímetros. Há também atenção especial para o litoral norte baiano, onde a chuva pode vir mais intensa e localizada, com potencial inclusive para queda de granizo em pontos isolados.
Demais capitais e litoral norte
As capitais Fortaleza (CE) e São Luís (MA) também encerram a semana sob atenção para pancadas fortes de chuva, especialmente no período da tarde e noite. Entretanto, esses episódios devem intercalar com momentos de sol e tempo mais firme, típicos de instabilidade passageira.
Interior sob influência do tempo seco e quente
Enquanto a costa leste segue sob influência de ventos úmidos, o interior da região Nordeste — especialmente entre o oeste do Maranhão, interior do Piauí e norte da Bahia — enfrenta condições opostas. A massa de ar seco continua predominando, o que mantém o tempo muito quente e com baixos índices de umidade relativa do ar. Em várias localidades, os valores de umidade devem cair abaixo dos 20%, o que caracteriza estado de alerta segundo a OMS. Esse cenário exige cuidados com a saúde, como hidratação frequente, evitar exposição prolongada ao sol e atenção redobrada com queimadas.