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Os pólos são monitorados por satélite desde 1979, então as condições superficiais da região, como temperatura e cobertura da superfície por gelo ou neve, são muito bem conhecidas desde então. Ao redor da Antártica há uma extensa área de mar congelado, formando enormes placas de gelo marítimo ao redor do continente. Esta área de gelo marítimo expande durante o inverno e se retrai durante o verão. Mas este é um verão atípico: desde o início do ano bate-se o recorde de mínima extensão de gelo para aquele dia do ano, em quase todos os dias. E a extensão de gelo marítimo nunca foi tão pequena desde que começou o monitoramento por satélite: com tendência de continuar retraindo as geleiras.
Ressalta-se que nos anos de 2013, 2014 e 2015 o gelo marítimo ao redor da Antártica retraiu-se muito pouco, porque os mares estavam mais frios em decorrência da predominância do La Niña, atingindo o recorde de máxima extensão mínima de gelo marítimo antártico (nome curioso para mínima retração do gelo marítimo no verão). Desde então os verões tem ocorrido com intensa retração do gelo marítimo ao redor do continente.
A seguir, gráficos obtidos a partir dos dados coletados pelo NSIDC (National Snow and Ice Data Center), um órgão americano de pesquisa científica especializado em glaciologia e trabalhando em conjunto com a NOAA e a NASA. O primeiro deles, logo abaixo, mostra a extensão de gelo marítimo ao redor da Antártica (em branco), enquanto a linha amarela mostra a média Climatológica entre 1981 e 2010 de até onde costuma ir a calota de gelo no verão. Repare que a perda é enorme em algumas regiões.
Extensão do gelo marítimo em 03/03/2017
O próximo gráfico mostra, dia-a-dia, a extensão de gelo marítimo ao redor da Antártica próximo à minima extensão de gelo durante o verão. O gráfico exibe a média climatológica entre 1981 e 2010 desta extensão de gelo marítimo e como foi o verão do ano passado (2015-2016), em comparação com o verão deste ano (2016-2017). Nota-se que a presente situação exibe maior retração do que do ano anterior e muito maior retração em relação à média climatológica. 
Gelo marítimo dia-a-dia em comparação com a climatologia
O Aquecimento Global antrópico, em conjunto com a predominância de El Ninõ desde 2015 (muito embora tenha havido uma discreta situação de La Niña no início do verão), é o principal fator para a progressiva e inédita retração do gelo marítimo ao redor da Antártica.
