Gases do efeito estufa alcançaram níveis recordes, diz ONU

22/11/2018 às 10:53
por Redação

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Organização Meteorológica Mundial afirma que alta concentração de C02 e de outros gases pode ter efeitos irreversíveis.

Organização Meteorológica Mundial afirma que se concentração na atmosfera de CO2 e de outros gases que aprisionam o calor não for reduzida, efeitos das mudanças climáticas podem ser irreversíveis.

 

Os níveis dos gases do efeito estufa na atmosfera aumentaram para um patamar recorde, divulgou nesta quinta-feira (22/11) a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a agência climática da ONU.

 

De acordo com os dados da OMM, as concentrações globais de dióxido de carbono (CO2) atingiram 405,5 partes por milhão (ppm) em 2017, um pouco acima do valor de 403,3 ppm registrado em 2016 e das 400,1 partes por milhão registradas em 2015.

 

As concentrações de outros gases que aprisionam o calor, como o metano e o óxido nitroso (N2O), também aumentaram. Segundo a OMM, trata-se dos primeiros números consolidados e disponíveis de 2017.

 

"Sem reduções rápidas do CO2 e de outros gases do efeito estufa, as mudanças climáticas terão impactos cada vez mais destrutivos e irreversíveis sobre a vida na Terra", afirmou o chefe da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, em comunicado. "A janela de oportunidade para tomar uma atitude está quase fechada."

 

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Concentração atual de CO2 é semelhante à de 3 milhões a 5  milhões de anos atrás,
aponta OMM

 

O Greenhouse Gas Bulletin, o principal relatório anual da agência climática da ONU, monitora o conteúdo de gases perigosos na atmosfera na era pós-industrial (desde 1750).

"A última vez que a Terra registrou uma concentração comparável de CO2 foi de 3 milhões a 5 milhões de anos atrás, quando a temperatura era entre 2 e 3 graus Celsius mais alta e o nível do mar era de 10 a 20 metros superior ao atual", disse Taalas.

 

Os pesquisadores possuem estimativas das taxas de concentração de CO2 de até 800 mil anos atrás. Os valores são baseados em dados extraídos de bolhas de ar preservadas no gelo em locais como a Groenlândia e a Antártida. A análise de material fossilizado também permitiu à OMM chegar a estimativas aproximadas de níveis de CO2 de 3 milhões a 5 milhões de anos atrás.

 

PV/ap/afp