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As fronteiras da União Europeia foram reabertas nesta segunda-feira (15/06), após três meses de fechamentos forçados pela pandemia de covid-19, iniciados no mês de março. Algumas restrições, porém, ainda permanecem no bloco, que seguirá fechado para visitantes de países onde o vírus está fora de controle, como Brasil e Estados Unidos.
Os controles de fronteira foram removidos pela maior parte dos países, puxados por Alemanha, Bélgica e França. A Itália, um dos países mais atingidos pelo coronavírus no continente, já havia tomado essa decisão há duas semanas.
A abertura foi adotada pelos Estados-membros da União Europeia (UE) e os países que integram o espaço Schengen, a zona de livre-movimentação, mas não estão no bloco, como Islândia e Suíça."É o momento de virarmos a página do primeiro capítulo da crise e redescobrir nosso gosto pela liberdade", disse o presidente francês, Emmanuel Macron. "Isso não significa que o vírus desapareceu e que podemos baixar totalmente a guarda. O verão de 2020 será um verão como nenhum outro."
Na Europa, ainda prevalece a cautela, após as 182 mil mortes ocorridas em razão da pandemia. O continente registrou mais de 2 milhões das quase 8 milhões de infecções em todo o globo, seguindo dados da Universidade Johns Hopkins.
Entretanto, a necessidade de reavivar o setor do turismo é algo urgente para muitos países, como Espanha e Grécia, enquanto se multiplicam os graves efeitos econômicos da pandemia. "Temos a pandemia sob controle, mas a abertura de nossas fronteiras é um momento crítico", alertou neste domingo o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que adiou a abertura de seu país para o dia 21 de junho. "A ameaça ainda é real. O vírus ainda está à solta", afirmou.
A Espanha, porém, permitirá a entrada de milhares de turistas alemães que viajam para as ilhas Baleares, como Ibiza e Mallorca, removendo a exigência de 14 dias de quarentena para esses grupos. A intenção é avaliar as melhores práticas a serem adotaras na era do coronavírus. "Esse programa-piloto nos ajudará bastante a entender o que virá pelos próximos meses", disse Sánchez. "Queremos que o nosso país, já conhecido como um destino turístico de classe mundial, seja reconhecido também como um destino seguro."
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, disse que "muito vai depender da sensação de segurança das pessoas ao viajarem e se podemos projetar uma imagem da Grécia como um destino turístico seguro".
Regras diferentes
A reabertura das fronteiras europeias ocorre em meio a uma série de regras diferentes adotadas Estados-membros: nem todos os cidadãos estão livres para viajar para onde queiram, e muitos países ainda se mantêm fechados. A Suíça ainda mantém o fechamento das fronteiras com a Itália, e a Noruega faz o mesmo em relação à Suécia, país que optou por evitar as medidas de confinamento e acabou registrando uma taxa de mortalidade relativamente alta em comparação com as demais nações europeias.
O Reino Unido, que deixou de integrar formalmente a UE em janeiro, mas mantêm relações próximas com bloco, impôs na semana passada uma quarentena obrigatória de 14 dias para a grande maioria das pessoas que chegarem ao país. A medida gerou fortes críticas do setor do turismo e das companhias aéreas.
Como resultado, a França passou a recomendar o confinamento de duas semanas para as pessoas que vierem do Reino Unido. Alguns países sequer permitem a entrada de turistas britânicos nessa primeira etapa da reabertura das fronteiras.
Bulgária, Croácia, Hungria, Letônia, Lituânia, Estônia, Eslováquia e Eslovênia também removeram as restrições à entrada de estrangeiros, mas mantiveram as proibições para os países considerados inseguros, o que, em muitos casos, inclui a Suécia e o Reino Unido.
A Polônia promoveu a reabertura das fronteiras no dia 13 de junho para todos os países europeus e também para o Reino Unido. Suécia e Luxemburgo sequer chegaram a fechar suas fronteiras, mas observaram os países vizinhos adortarem essas medidas.
Com a retomada apenas gradual dos voos no continente, é possível que muitos europeus evitem viajar em razão dos temores de uma nova onda de covid-19, além do aumento recorde do desemprego e reduções de salários e das incertezas sobre o distanciamento social nos locais turísticos.
A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e seu homólogo austríaco, Sebastian Kurz, anunciaram planos de passarem suas férias em seus próprios países. "A recomendação é que, se desejam permanecer realmente seguros, passem suas férias na Áustria", disse o ministro austríaco do Exterior, Alexander Schallenberg. Ele lembrou a complicada operação para repatriar milhares de cidadãos austríacos após o fechamento das fronteiras em março.
O governo alemão, que montou operações para trazer em torno de 240 mil pessoas de volta ao país no auge da pandemia, também deseja evitar uma nova situação como aquela.
O ministro alemão do Exterior lançou um apelo semelhante aos seus cidadãos. "Aproveitem suas férias de verão, mas com cautela e responsabilidade", alertou.
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