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Sul do Brasil ainda pode ter neve, ventania e ressaca

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Foto: neve em São Joaquim (SC), por São Joaquim Online

9 min de leitura

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A presença de um ciclone extratropical perto do Uruguai e do Rio Grande do Sul e o ar gelado de origem polar que começou a entrar sobre o Sul do Brasil no domingo, 18 de julho, gerou ventania nem áreas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e também condições para ocorrência de precipitações de inverno como neve e chuva congelante. 

 

Rajadas de vento de quase 100 km/h foram observadas no alto da serra de Santa Catarina. Pelotas, no litoral sul gaúcho, registrou chuva congelante e nevou na madrugada de domingo na serra gaúcha e catarinense. Confira a seguir o que vai acontecer nos próximos dias. 

 

Neve na serra do Rio Grande do Sul


O vídeo feito por Mario Zatta mostra os flocos de neve caindo em São José dos Ausentes, na serra do Rio Grande do Sul, na madrugada do domingo, 18 de julho. No vídeo, alguém comenta: “neve em Ausentes, às 4 horas da madrugada”. Chuva congelada foi observada em Bom Jesus.

 

 

 

 


Chuva congelante em Pelotas

 

A observação deste tipo de precipitação de inverno pode ser confirmada pelo informe do aeroporto de Pelotas, no litoral sul do Rio Grande do Sul. A mensagem com a codificação internacional foi assim:


METAR SBPK 182000Z 29022G35KT 9999 -FZRA OVC030 09/05 Q1013=


A sopa letrinhas diz o seguinte: às 17 horas (2000Z) de 18/7/2021 (18), o aeroporto de Pelotas (SBPK) tinha vento da direção W/NW, com 22 nós e rajada (G) de 35 nós. A visibilidade estava ótima (9999), o céu estava completamente nublado com nuvens baixas (OVC030), a temperatura era de 9°C, o ponto de orvalho era de 5°C, a pressão era de 1013 hPa e estava correndo chuva congelante com fraca intensidade (-FZRA)

O sinal de menos (-) indica fraco, o FZ vem do inglês “freezing” e o RA vem do inglês também “rain” (chuva)


O fenômeno da chuva congelante ocorre quando a chuva (líquida) entra em contato com uma superfície muito fria, com temperatura em 0°C ou menor, e congela ao bater nesta superfície. 

 

Imagine a situação da chuva caindo sobre uma superfície de metal que está com a temperatura em 0°C ou menor. A chuva cai líquida, mas logo que entra em contato com a superfície vira um gelinho. A neve se forma dentro da nuvem e chega ao chão como neve ainda, se o ar entre a base da nuvem e o solo estiver com uma temperatura suficiente baixa para manter as características do floco de neve.


As coisas do gelo são um tanto complicadas, mas este infográfico por ajudar a esclarecer

 

Tipos de precipitação de inverno

 

 

Possibilidade de mais neve nesta segunda, 19 de julho

 

Não se pode descartar a possibilidade de nevar um pouco mais na madrugada e manhã desta segunda-feira, 19 de julho, nas áreas mais elevadas da serra do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

 

Além disso, também poderia ocorrer outras precipitações de inverno em locais no leste do Rio Grande do Sul, como observado em Pelotas.


Com a movimentação do ciclone extratropical observado na tarde deste domingo, 18, a expectativa é que mais umidade seja injetada sobre o sul e leste do Rio Grande do Sul e também sobre a serra gaúcha e catarinense no decorrer da noite do domingo, madrugada e manhã desta segunda-feira, 19 de julho.

 

O ar já está extremamente frio e a temperatura vai baixar ainda mais, pois o ar frio de origem polar está justamente avançando com força sobre o Sul do Brasil.

 

Nessa situação de ar muito frio e úmido, não se poderia descartar a chance de voltar a nevar ou de ocorrer outras formas de precipitação de inverno na madrugada e manhã da segunda-feira, 19 de julho.

 

Por volta das 20 horas do domingo, 18, o INMET registrava -3,6°C em Bom Jardim da Serra (SC) e -0,6°C em São Joaquim (SC) e 0,7°C em São José dos Ausentes (RS).

 

 

Ciclone se intensifica no oceano


Nas animações abaixo é possível observar a nebulosidade associada ao ciclone extratropical. As camadas de nuvens aparecem numa forma espiralada, girando no sentido horário, próximo da costa do Uruguai e do  Rio Grande do Sul. 

 

 

ciclone extratropical - Sul - 18-7-2021

Nebulosidade do ciclone extratropical gira no sentido horário sobre o sul do RS

 

 


A carta meteorológica feita pela Marinha do Brasil para  o horário de 12 UTC (9 horas, em Brasília), de 18/7/2021, indicou que o centro de baixa pressão atmosférica deste ciclone extratropical estava com 1002 hPa.

 

 

Ciclone extratropical posicionado próximo ao litoral do RS e do Uruguai na manhã de 18/7/2021

 


Ainda há risco de ventania nesta segunda-feira, 19 de julho

 

 Nesta segunda-feira, 19 de julho, este  ciclone extratropical permanece na costa do Rio Grande do Sul, se afastando aos poucos do continente. O centro de baixa pressão atmosférica fica mais forte sobre o oceano baixando para valores de até 992 hPa, de acordo com a projeção do modelo atmosférico GFS. 

 

Na madrugada e manhã desta segunda-feira, rajadas de vento entre 70 km/h  e  90 km/h ainda poderão ocorrer no litoral gaúcho, e entre 60 km/h e 70 km/h no leste do Rio Grande do Sul, incluindo a Grande Porto Alegre. Porém, as regiões elevadas na serra gaúcha e catarinense ainda poderão experimentar rajadas de vento entre 80 km/h a pouco mais de 100 km/h.


No decorrer da tarde desta segunda-feira, à medida que o ciclone for se afastado em alto-mar, as rajadas de vento vão diminuindo cada vez mais de intensidade. Na terça-feira, 20 de julho, o ciclone já estará bastante afastado do continente e não terá mais influência no vento.


Confira as rajadas de vento mais fortes registradas no Sul do Brasil por causa do ciclone extratropical, até 19 horas de 18/7/2021. Todos os dados são do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia 

 

Bom Jardim da Serra (SC) - 95km/h

Santa Vitória do Palmar (RS)- 86km/h

Capão do Leão (Pelotas) - 75km/h

Rancho Queimado (SC) - 75km/h

Cambará do Sul (RS) - 71km/h

Rio Pardo (RS) - 70 km/h

Soledade (RS) - 60km/h

Torres (RS) - 64km/h

Soledade (RS) - 64 km/h

Encruzilhada do Sul (RS) - 62 km/h

Rio do Campo (SC) - 62 km/h

Vacaria (RS) - 61 km/h

 


Risco de ressaca

 

A ventania provocada pela passagem deste ciclone extratropical deixou o mar muito agitado na costa do Uruguai e do Rio Grande do Sul. Grandes ondas foram geradas e se espalham neste início de semana pelo litoral da Região Sul e parte do Sudeste

 

Até o dia 20 de julho, terça-feira, tem risco de ressaca entre o Chuí (RS) e Florianópolis (SC), com ondas de 2,5 m a 3,0 m.

 

No litoral norte de Santa Catarina, no litoral do Paraná e no litoral sul de São Paulo, o mar sobe e fica um pouco agitado, mas não há risco de ressaca. Até o dia 20 de julho, as maiores ondas devem ficar em torno de 1,5 metros.

 

Já entre a região de Santos (SP) e do cabo de São Tomé (RJ), o mar vai ficar bastante agitado no decorrer da tarde da segunda-feira, 19 de julho.

 

Há risco de ressaca na terça-feira, 20 de julho, com ondas de 2,5 m  a 3,0 m. A agitação no mar diminui bastante já na madrugada do dia 21 de julho.

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