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A caixa preta da Terra que quer registrar o fim do mundo

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Foto: Cover-Images/imago images/DW

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Foto: Cover-Images/imago images/DW

 

No sul da Austrália, cientistas e artistas criaram um dispositivo para registrar o fim - ou a transformação completa - do mundo, devido às alterações no Clima.

 

 

O ano de 2022 marcará a construção e a inauguração de um dispositivo teoricamente indestrutível, capaz de registrar como a humanidade administra o planeta em meio às mudanças climáticas. A chamada "caixa preta" da Terra será instalada em um dos extremos mais inóspitos do mundo, na costa oeste da Tasmânia, ilha pertencente à Austrália.

 

Inspirado nas "caixas pretas" dos aviões - que registram o que acontece em caso de acidente aéreo -, o dispositivo, criado por artistas e cientistas australianos, pretende gravar passo a passo a transformação - ou a destruição - do mundo tal qual conhecemos hoje.

 

A Tasmânia foi escolhida por se tratar de uma área política e geograficamente estável, segundo informaram os criadores da máquina, a empresa de comunicação e marketing Clemenger BBDO e a Universidade da Tasmânia.

 

"A menos que mudemos drasticamente nosso modo de vida, as mudanças climáticas e outros problemas causados pelo homem provocarão o colapso da nossa civilização",

 

diz o site da Earth's Black Box (Caixa Preta da Terra, em tradução livre para o português), criada após a COP 26, a conferência do clima das Nações Unidas que ocorreu em Glasgow, Escócia, em novembro. Na ocasião, ficou determinado que o mundo precisa limitar o aquecimento global em até 1,5 graus Celsius em relação ao período pré-industrial.

 

 

Como funcionará o dispositivo


A estrutura monolítica irá registrar informações não apenas sobre aumento ou diminuição de temperatura, mas também a respeito de extinção de espécies, poluição e impactos na saúde na Terra. Se o planeta sucumbir às mudanças climáticas, os arquivos contidos na "caixa preta" serão capazes de reconstituir o que e como de fato aconteceu, segundo a publicação Science Alert.

 

Alimentado por energia solar e térmica, o bloco de aço tem 10 metros de comprimento e é projetado para resistir a desastres naturais. Conectado à internet, usará um algoritmo para coletar periodicamente dados relacionados às mudanças climáticas - por meio de um conjunto de 500 métricas - e armazená-los automaticamente.

 

A "caixa preta" estará repleta de unidades de armazenamento contendo dados relativos às alterações no clima, tais como temperaturas médias e consumo global de energia.

 

"A Caixa Preta da Terra é uma estrutura e um dispositivo que registrará cada passo que a humanidade der em direção a uma iminente catástrofe climática ou para longe dela",

 

declarou Jim Curtis, diretor-executivo de criação da Clemenger BBDO, que criou o projeto.

 

Curtis disse ainda que a caixa não apenas forneceria ao mundo uma riqueza de dados sobre as mudanças climáticas, mas também que as informações registradas ajudariam a responsabilizar os líderes e deixariam lições para as gerações futuras.

 

"Se o pior acontecer e a civilização desaparecer por causa das mudanças climáticas, essa caixa indestrutível terá registrado todos os detalhes. Desta forma, quem permanecer, ou quem encontrá-la depois, aprenderá com nossos erros", enfatizou.

 

Ainda assim, os criadores da "caixa preta" esperam que ela não precise ser aberta: "Estou no avião. Não quero que ele caia. Apenas espero que não seja tarde demais",

 

disse Jim Curtis ao jornal The New York Times.

 

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