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A tempestade tropical no Oceano Atlântico foi nomeada nas primeiras horas de domingo (5) como Alex, sendo a primeira tempestade da temporada de furacões de 2022 sobre essa faixa do oceano. A média dos primeiros furacões ou tempestades da temporada é em 15 de junho, com base nos dados de 2000 à 2021, segundo dados da Universidade do Estado do Colorado.
E nesta madrugada de segunda-feira (6), Alex atua na região da ilha das Bermudas, com ventos intensos e chuvas fortes.
A tempestade tropical Alex com seus ventos máximos em torno de 120km/h, durante o domingo(06), tornou-se a tempestade com a letra 'A' mais forte do Oceano Atlântico desde a última versão do Alex em 2016. O furacão Alex em 2016 registrou ventos máximos de 136,8km/h (ou 85mph), segundo dados da Universidade do Estado do Colorado.
Imagem de satélite indicando que a Tempestade Tropical Alex se encontra na região da ilha das Bermudas.
Posição e deslocamento que percorreu e que irá percorrer nos próximos dias da tempestade tropical Alex.
Durante sua formação Alex causou chuva intensa e morte em Cuba e inundações sobre a Flórida.
Durante a sua formação causou chuvas intensas e grandes danos, como deslizamento de terra e inundações, sobre Cuba e o sul e sudeste da Flórida, com volumes de mais de 100mm. No sudeste da Flórida, por exemplo, foram mais de 200mm, como na Estação perto do Tratamento de Água de Hollywood, na Flórida, que acumulou 377mm durante a passagem de Alex. Em Cuba foram 115,6mm entre às 8 horas local do sábado (4) até às 8 horas de domingo (5) em Topes de Collantes, que fica em Sancti Spíritus.
As chuvas também foram volumosas em Cuba, causando duas mortes na capital Havana, de acordo com a imprensa associada.
Agora a Tempestade Tropical Alex se encontra sobre a Ilha das Bermudas, causando fortes ventos e chuvas intensas.
Acumulados de chuva em 7 dias,, contados no início da segunda-feira (06)
Motivo do seu desenvolvimento e por que demorou para se formar
Alex demorou para se tornar uma tempestade devido aos fortes ventos em altitude somados à presença de um ar mais seco na Região do Atlântico.
Mesmo o desenvolvimento dessa tempestade, que não teve força para se tornar um furacão, causou grandes danos. Como o mar estava bastante quente e acima da sua média, esta condição ajudou na maior quantidade de umidade na atmosfera e, consequentemente, na maior quantidade de chuva nos territórios onde atingiu o sistema.
De maneira geral, o ciclone tropical que se caracterizou como tempestade, devido ao sistema sustentar ventos entre 93km/h e 112km/h, teve origem no Giro da América Central, o mesmo que deu origem ao furacão Agatha (que foi o mais forte para um mês de maio desde 1979) , além da influência da superfície do mar mais quente, entre 28 e 30°C, da influência da Oscilação Madden Julian, que está forte e na fase 8, e indiretamente pelas ondas de leste.
Além disso, a Poeira do Saara está se aproximando da região, e isso pode ter inibido um pouco o crescimento de tempestade no Caribe, devido ao aumento do cisalhamento dos ventos (variação dos ventos em vários níveis da atmosfera) e a entrada maior de ar seco na região. A poeira do Saara também poderá chegar ao sul dos Estados Unidos de forma significativa a partir do dia 11 de junho.
Previsão de poeira de origem do Saara chegando na semana que vem no sul dos EUA. Fonte: NASA.
A previsão é que a tempestade tropical Alex cause mais chuvas e com condições para danos na ilha das Bermudas
Alex seguirá em direção à faixa nordeste do Oceano Atlântico, ainda com tempestade tropical, e atuará também sobre a ilha das Bermudas até a próxima terça-feira (07), causando mais de 100mm de chuva, com fortes rajadas de vento e ondas do mar de mais de 5 metros de altura. Já na costa do sudeste dos Estados Unidos, as ondas do mar ficam acima dos 2,5 metros de altura até segunda.