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Fiocruz identifica nova variante da ômicron no Amazonas

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Um grupo de cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou o surgimento de uma nova variante do coronavírus no estado do Amazonas. Trata-se de uma mutação da subvariante BA.5 da ômicron denominada BE.9. A descoberta foi divulgada pelo grupo de trabalho da Rede Genômica Fiocruz na segunda-feira (14/11).

 

 

Número de novos casos e média móvel explodiram, mas os casos graves não acompanharam as curvas de contágio (foto: Bruno Kelly/REUTERS)

 

De acordo com Tiago Gräf, pesquisador da Rede Genômica, a nova variante "fez ressurgir a covid-19 no Amazonas", sendo responsável pelo recente aumento exponencial dos casos no estado. Gräf não soube determinar se a variante BE.9 poderá se disseminar pelo Brasil e causar uma explosão semelhante à registrada no Amazonas.

 

Uma comparação entre as primeiras semanas de outubro e de novembro aponta um aumento de quase 493% no número de casos, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS).

 

 

"O que acontece no Amazonas tende a se repetir no país"


O pesquisador salientou que o Amazonas é um estado importante para o monitoramento do desenvolvimento do coronavírus no Brasil: "No cenário brasileiro da covid-19, o estado do Amazonas tem agido como um local sentinela de monitoramento. O que acontece lá tende a se repetir nos outros estados e pode estar acontecendo novamente."

 

Foi justamente no intervalo entre início de outubro e de novembro que a Fiocruz iniciou os estudos no Amazonas. Os dados da fundação apontaram que a média móvel semanal passou de 230 casos de covid-19 para cerca de mil. Para investigar o que poderia estar causando esse aumento significativo, uma equipe da Fiocruz executou o sequenciamento de mais de 200 genomas do Sars-Cov-2 entre setembro e outubro.

 

"Foi então que identificamos a nova variante", explicou Gräf. De acordo com o relatório da Fiocruz, a BE.9 é uma evolução da subvariante BA.5.3.1, uma ômicron da linhagem BA.5. As duas subvariantes recentes da ômicron BE.9 e BQ.1 (a última variante notável) compartilham algumas mutações.

 

 

Aumento considerável de casos no Brasil


"A BE.9 e a BQ.1.1 têm suas diferenças em outras regiões do genoma, mas na [proteína] spike são muito similares. É por isso que é muito importante que monitoremos de perto a BE.9", prosseguiu Gräf. Por outro lado, o pesquisador reforçou que ambas as subvariantes não parecem provocar um aumento de casos graves da doença no Amazonas.

 

O Brasil tem registrado um aumento na média móvel de contágios. Na segunda-feira foram registrados 9.128 novos casos – uma variação de 71% em relação à média das duas semanas anteriores. A pior média móvel foi registrada em janeiro deste ano, com mais de 188 mil casos.

 

Ao longo da pandemia, o Brasil registrou oficialmente quase 35 milhões de infecções e quase 689 mil mortes. Em âmbito global, foram computados mais de 635 milhões de infecções e 6,61 milhões de fatalidades relacionadas à covid-19.

 

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