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Porto Alegre está tendo o mês mais chuvoso desde 1916

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De acordo com os cálculos do Instituto Nacional de meteorologia,  Porto Alegre está tendo o mês mais chuvoso em 107 anos, desde o início das medições regulares,  em 1916.

 

No período de 1 até 9 horas 26 de setembro de 2023,  Porto Alegre acumulou 413,8 mm de chuva, o quase triplo da média normal de chuva para um mês de setembro, que é de aproximadamente 148 mm.

 

Setembro de 2023 é agora o mês mais chuvoso já observado na história climática de Porto Alegre, documentada pelo Instituto Nacional de Meteorologia desde 1916. 

 

A chuva de setembro de 2023 superou a de maio de 1941, até então o mês com maior volume de chuva acumulado.

 

 

Foto de André C., Porto Alegre (RS)

 

Os meses mais chuvosos em Porto Alegre

 

Confira o ranking dos meses mais chuvosos em Porto Alegre, pela medição do Instituto Nacional de Meteorologia na estação meteorológica do Jardim Botânico, desde 1916 até 9 horas de 26 de setembro de 2023.

 

 

Meses mais chuvosos em Porto Alegre de 1916 a setembro de 2023 (Foto: Getty Images)

 

Ainda há previsão de chuva para esta quarta-feira. O sol predomina na quinta e na sexta-feira voltando a chover no sábado.  O domingo, 1 de outubro, será com sol.

 

Mais de 600 mm no interior gaúcho em setembro de 2023

Todo o estado do Rio Grande do Sul está tendo um setembro com volumes de chuva extremamente elevados, muito acima da média normal, que não passa dos 220 mm. Em algumas áreas choveu de 500mm  a 620 mm em 30 dias, entre 26 de agosto e 26 de setembro de 2023.

 

O mapa mostra que choveu de 300 a quase 500 mm de forma generalizada sobre o Rio Grande do Sul, sendo que para a maior parte do estado, a média de chuva para setembro varia de 140mm a 180 mm.

 

Chuva acumulada no RS em 30 dias, entre 26/8/23 e 26/9/23 (Fonte: Inmet)

 

Veja quanto choveu em alguns locais

 

Caçapava do Sul: 620,4 mm

Ibirubá: 500,0mm

Tupaciretã: 482,6 mm

Encruzilhada do Sul: 470,8 mm

São Gabriel: 468,6 mm

 


8 ciclones extratropicais perto do RS de 15/6/23 a 15/9/23 

A influência do El Niño começou a ser sentida em junho de 2023, quando o fenômeno começou a se configurar. Desde então, o El Niño vem ganhando força e já é considerado um evento forte.

 

Em 16 semanas, entre 15 de junho e 15 de setembro de 2023, 8 ciclones extratropicais se formaram nas imediações do Rio Grande do Sul, praticamente 1 a cada 2 semanas. Embora só um deles efetivamente tenha se formado sobre o estado,  o processo de formação de todos eles colaborou para a formação de grandes, persistentes e fortes áreas de instabilidade que provocaram muita chuva sobre o todo o Rio Grande do Sul. 

 

 

8 ciclones extratropicais se formam perto do RS entre 15 de junho e 15 de setembro de 2023 (Arte: Climatempo)

 

É importante lembrar que o Rio Grande do Sul teve no máximo 2 dias de trégua entre um episódio e outro de chuva intensa. Em várias situações, muitas áreas do estado tiveram eventos de chuva forte sobre áreas que já estavam alagadas, encharcadas, não tendo condições de escoamento e nem de absorção da pagua pelo solo. A chuva caiu volumosa sobre rios e arroios que já estavam cheios de água

 

Nesta quarta-feira, 27 de setembro, ocorrer a formação uma nova frente fria e um outro ciclone extratropical. O ciclone se forma sobre o mar e se afasta rapidamente da Região Sul.

 

 

Dois dias de sol para os gaúchos

 

A chuva dará uma trégua ao RS na quinta e na sexta e vai fazer até frio à noite e ao amanhecer; O sol predomina nestes dias, mas o planalto poderá ter chuva passageira na tarde da quinta. Na sexta, tem sol, mas com chance de pancadas de chuva no oeste, missões, noroeste, planalto e serra (norte e oeste do RS) As pancadas retornam para quase todo estado no sábado, mas o domingo será novamente com sol.

 

 

Por que tantos ciclones?

 

O fenômeno El Niño, aquecimento anormal da água do mar no oceano Pacífico Equatorial, na costa do Peru, tem aumentado a frequência e a intensidade da corrente de ar quente e úmido do Norte para o Sul do Brasil. Essa "injeção" mais frequente de ar quente e úmido, em contraste com o ar frio que passa sobre a Argentina e o Uruguai facilita a formação dos ciclones extratropicais. Estes sistemas meteorológicos se formam a partir de grandes diferenças de temperatura. 

 

O El Niño intensifica a corrente de ar quente sobre o Sul, o que aumenta o contraste de temperatura e gera condições para a formação dos ciclones extratropicais.

 

 

Primavera com mais chuva


O El Niño ganha ainda mais força na primavera e mais ciclones poderão se formar, ou outros sistemas de baixa pressão atmosférica, que vão provocar mais chuva sobre o Rio Grande do Sul.

 

É preciso lembrar que a primavera é uma estação de eventos de chuva forte sobre o Sul, mesmo  sem El Niño. Este fenômeno ainda vai ganhar força até o fim do ano. As mais recentes análises dos principais centros de monitoramento do Clima global apontam um enfraquecimento do El Niño apenas no outono de 2024.

 

A Climatempo prevê que o Rio Grande do Sul ainda terá muita chuva ao longo da primavera. A chuva deve ficar acima da média histórica nos meses de outubro, novembro e dezembro.

 

Com o grande volume de água que já caiu sobre o estado, outros eventos de cheias, inundações e complicações causadas pelo excesso de chuva devem ser esperados.

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