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Clima extremo no Nordeste: secas, desmatamento e urgência

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O Nordeste do Brasil enfrenta uma complexa situação climática, marcada por contrastes significativos. Desde junho de 2023, a região tem experimentado condições associadas ao fenômeno El Niño, que, em conjunto com o oceano Atlântico Tropical Norte mais quente do que o normal, está influenciando diversos aspectos climáticos.

 

 

 

 

Desafios da seca no interior: reservatórios críticos

 

Em outubro segundo dados do INMET, o panorama já era preocupante: o Castanhão (CE) registrava 26,9%, Jucazinho (PE) apresentava apenas 12,9%, e Epitácio Pessoa (PB) marcava 42,1%.

 

Em novembro a situação se agravou. O Castanhão (CE) diminuiu para 25,4%, Jucazinho (PE) alcançou apenas 11,4%, e Epitácio Pessoa (PB) reduziu para 39,5% em 20/11/2023.

 

O baixo armazenamento ameaça o abastecimento de água para diversas localidades. A escassez hídrica já é uma realidade em algumas áreas, aumentando a preocupação com restrições ao uso da água.

 

Desmatamento no Cerrado

 

O Cerrado, fundamental para a distribuição de água no Brasil, sofreu um aumento alarmante no desmatamento, perdendo 11.011 km² de vegetação nativa entre agosto de 2022 e julho de 2023. Os estados mais afetados incluem Maranhão, Tocantins, Bahia e Piauí.

 

A destruição contínua do Cerrado compromete a distribuição de água, uma vez que o bioma, devido à sua elevação do solo, desempenha um papel crucial na absorção de umidade e na manutenção de oito das doze bacias importantes para o consumo de água e geração de energia no país.

 

Contrastes climáticos no litoral e interior

 

Enquanto a seca castiga o interior do Nordeste do Brasil, uma disparidade marcante se destaca quando observamos os últimos 90 dias de acumulados de chuva na faixa litorânea. Os registros apontam para uma distribuição desigual e preocupante, evidenciando a vulnerabilidade de diferentes regiões frente às variações climáticas.

 

Na faixa litorânea da Bahia, notavelmente em Salvador (Ondina) - BA, a estação registrou 137mm de precipitação, enquanto a estação de Pernambuco do CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) registrou 195.8mm no mesmo período.

 

Esse contraste se acentua quando comparamos esses números com as condições do interior. Senhor do Bonfim - BA, por exemplo, enfrentou escassos 21mm, enquanto Petrolina - PE registrou 57.8mm e Serra Talhada - PE, ainda mais impactada, apresentou apenas 18.8mm.

 

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Eventos climáticos extremos

 

Chuvas intensas, com acumulados alarmantes de até 240 milímetros em 24 horas, assolaram a zona norte de Natal (RN) entre os dias 27 e 28 de novembro de 2023, resultando na evacuação de mais de 200 pessoas de suas residências.

 

As estações pluviométricas do CEMADEN evidenciaram a urgência da situação, desencadeando uma resposta imediata da Prefeitura. Abrigos temporários foram instalados em escolas estratégicas, incluindo Henrique Castriciano, Nossa Senhora da Apresentação, Estela Lopes e Cristina Osório. O Centro de Convivência Ivone Alves, no bairro Lagoa Azul, também foi mobilizado para atender especificamente as famílias desabrigadas na zona norte, com foco especial no bairro Nossa Senhora da Apresentação.

 

Este episódio extremo destaca não apenas a vulnerabilidade da região a eventos climáticos intensos, mas também a necessidade urgente de estratégias robustas de gestão de desastres e adaptação às mudanças climáticas para proteger e fortalecer as comunidades afetadas.

 

Em síntese, o Nordeste do Brasil enfrenta desafios climáticos significativos, com secas intensas, desmatamento alarmante no Cerrado e eventos climáticos extremos. A queda nos reservatórios destaca a urgência na preservação do abastecimento de água, enquanto o desmatamento no Cerrado ameaça a distribuição hídrica crucial para o país. A disparidade climática entre faixa litorânea e interior evidencia a necessidade de estratégias adaptativas diferenciadas. Os eventos extremos em Natal destacam a vulnerabilidade das comunidades.

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