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O Nordeste do Brasil foi palco, em um curto intervalo de tempo, de dois fenômenos meteorológicos extraordinários. Após o tornado que atingiu Estrela de Alagoas em 22 de fevereiro, outro evento semelhante ocorreu na madrugada desta segunda-feira, dia 26, no distrito turístico de Arraial d'Ajuda, em Porto Seguro, extremo sul da Bahia.
Fonte: GettyImages
Impacto do segundo tornado
No episódio mais recente, um vendaval de intensidade significativa causou prejuízos e espalhou o medo entre os moradores locais. Casas foram destelhadas, árvores arrancadas e portões foram derrubados pela força dos ventos. Imagens impressionantes mostram a nuvem funil girando no sentido ciclônico, deixando um rastro de destruição na região.
Padrões meteorológicos em Cena
A semelhança entre os eventos chama a atenção para os padrões meteorológicos em jogo. No caso do tornado da última quinta-feira, nuvens densas se formaram devido à grande disponibilidade de calor e umidade, combinada com a circulação ciclônica de ventos em altos níveis da atmosfera, proveniente de um grande vórtice ciclônico sobre o mar. Esse mesmo sistema atmosférico contribuiu para a ocorrência do tornado desta segunda-feira, com seu centro sobre o leste da Bahia e sua borda afetando as regiões atingidas.
A associação com vórtices ciclônicos de altos níveis
Uma das razões pelas quais os vórtices ciclônicos de altos níveis estão associados a muita chuva em suas bordas é devido à dinâmica atmosférica envolvida. Esses vórtices, frequentemente ligados a regiões de baixa pressão atmosférica, atuam como áreas de convergência de ventos em altitudes mais elevadas, transportando ar úmido para essas áreas. A convergência força a ascensão do ar, resultando na formação de nuvens convectivas densas, como as cumulonimbus, ao redor da borda do vórtice. Essas nuvens são conhecidas por produzir chuvas intensas, trovoadas e, em casos extremos, tornados.
Reflexões e perspectivas
Apesar dos danos materiais, não houve registro de feridos nos dois eventos. No entanto, a comunidade ficou abalada com a rápida e intensa manifestação da natureza. A coincidência desses dois eventos levanta questões sobre a frequência e intensidade dos fenômenos climáticos na região, destacando a vulnerabilidade das comunidades do Nordeste a eventos climáticos extremos.
