A estação chuvosa no Norte do Brasil tem ajudado na recuperação dos rios da região, mas os volumes de chuva ainda estão abaixo da média histórica. Em 2024, a região enfrentou uma das piores secas da história, com diversos rios atingindo níveis criticamente baixos.
Seca severa de 2024
No ano passado, a seca severa levou diversos rios da região a registrarem níveis históricos de baixa. Entre os destaques:
- Rio Negro (Manaus): Atingiu 12,11 metros em 10 de outubro, superando o recorde anterior de 12,70 metros registrado em 2023.
- Rio Solimões (Tabatinga): O nível chegou a -234 cm, ultrapassando a mínima histórica de -86 cm de outubro de 2010.
- Rio Madeira (Porto Velho): Registrou o menor nível já observado, com apenas 19 cm.
- Rio Tapajós (Pará): O nível chegou a -16 cm em 13 de outubro, levando à declaração de situação crítica de escassez hídrica pela Agência Nacional de Águas.
- Rio Juruá (Envira): Atingiu 0,72 metros, uma das menores marcas registradas.
O impacto do inverno amazônico
Com o início do inverno amazônico, caracterizado pelo aumento das chuvas, os níveis dos rios começaram a se recuperar. O inverno amazônico ocorre entre dezembro e maio, com pico entre fevereiro e abril. Durante esse período, são comuns:
- Chuvas intensas e frequentes.
- Aumento dos níveis dos rios, atingindo os picos entre abril e junho.
- Elevada umidade do ar e temperaturas mais amenas.
Os dados mais recentes mostram uma melhora significativa:
- Rio Negro em Manaus:
- 04/11/2024: 12,1 m
- 20/01/2025: 21,4 m
- Rio Solimões em Manacapuru:
- 12/10/2024: 2,1 m
- 20/01/2025: 12,5 m
Volumes de chuva e preocupações futuras
Com o início do verão, a estação que geralmente traz mais chuva para a região já apresenta volumes significativos. Em grande parte do Amazonas, os acumulados de chuva em 30 dias já ultrapassam os 200 mm, com algumas áreas registrando mais de 300 mm.
Figura 1- Acumulado de chuva registrado entre 21 de dezembro de 2024 e 21 de janeiro de 2025. Fonte: Climatempo
No entanto, a preocupação persiste, pois as chuvas ainda estão abaixo da média histórica. O mapa de anomalia de precipitação mostra que boa parte do estado do Amazonas, que abriga os principais rios da região, segue com tendência de chuva abaixo da média. A média histórica de precipitação para dezembro e janeiro varia entre 300 mm e 400 mm.
Se as chuvas não superarem a média esperada nos próximos meses, a situação dos rios pode voltar a se agravar durante a próxima estação seca, impactando novamente as comunidades e o ecossistema local.
Figura 2- Mapa de Anomalia(diferença em relação a média esperada do mês) entre 21 de dezembro de 2024 e 21 de janeiro de 2025. Fonte: Climatempo
