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Pandemia aumenta adesão à lente de contato

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Foto: Istock

 

A pandemia de coronavírus provocou alterações na saúde ocular e está aumentando a adesão às lentes de contato no mundo todo. No Brasil não é diferente.

 

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier e membro do CBO (Conselho Brasileiro de oftalmologia), pelo menos 10% dos pacientes do hospital que têm miopia, hipermetropia, astigmatismo ou vista cansada trocaram os óculos por lente de contato.

 

O médico conta que as razões apontadas pelos pacientes para esta mudança é o embaçamento das lentes dos óculos pelas máscaras e a melhor performance nas reuniões virtuais com o rosto mais livre.

 

O oftalmologista ressalta que os prontuários do hospital também mostram que na emergência as abrasões na córnea com álcool predominam durante a pandemia, principalmente entre crianças. O maior uso de computador e celular no trabalho ou aulas online também aumentou os casos de olho seco em todas as idades.

 

“É comum pacientes chegarem aos consultórios acreditando que o grau das lentes está desatualizado, mas no exame  é diagnosticado olho seco que deixa a visão embaçada. Outros sintomas são vermelhidão, sensibilidade à luze e ardência", salienta.

 

Contaminação da córnea

 

Queiroz Neto afirma que o mau uso de lente de contato é a maior causa de contaminação da córnea no mundo. O calor somado ao olho seco facilita o contágio. Isso porque, a lágrima tem a função de proteger a superfície do olho. Os prontuários de 210 pacientes mostram 65% das contaminação com lentes são causadas por má higienização, armazenamento incorreto e uso fora do prazo de validade.

 

Verão

 

O médico alerta que no verão as contaminações chegam a dobrar. Isso porque, o calor é o ambiente perfeito para a proliferação de bactérias que sobrevivem na pele, água, ar, areia e terra. Basta uma gota d’água cair na lente ou estojo para causar infecção por acanthamoeba, um parasita que pode cegar.

 

Horas de banho de sol podem deixar o olho vermelho pela evaporação da lágrima. Mas a recomendação do oftalmologista é  retirar a lente do olho e fazer uma compressa com água fria ao primeiro desconforto.

 

“Caso a irritação persistir é necessário consultar um oftalmologista”, afirma.

 

O hábito de pingar  colírio receitado para um amigo ou alguém da família pode desencadear outras complicações como o glaucoma e catarata precoce ou tornar a infecção intratável, adverte.

 

A OMS (Organização Mundial da Saúde) faz um alerta sobre o desenvolvimento de bactérias cada vez mais resistentes por conta do uso indiscriminado de antibióticos. Cabe a cada um de nós quebrar este ciclo, pondera.

 

Cuidado com ar condicionado

 

Outro gatilho para a contaminação, ressalta, é o ressecamento da lágrima provocado pelo uso intensivo do  ar condicionado, principalmente durante a pandemia, porque aparelhos domésticos não filtram o ar e aumentam o risco de contaminação pelo coronavírus. Para quem não tem como escapar dos ambientes refrigerados, o oftalmologista afirma que a lente escleral é a mais adequada por cobrir uma área maior do olho e diminuir o ressecamento da lágrima.

 

Prevenção

 

Para usar lente de contato e preservar a córnea o oftalmologista recomenda:

Lavar cuidadosamente as mãos antes de manipular as lentes.
Utilizar solução higienizadora na limpeza e enxague das lentes, mais  o estojo.
Friccionar as lentes para eliminar completamente os depósitos
Não usar água ou soro fisiológico na limpeza.
Retirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no cabelo
Colocar as lentes sempre antes da maquiagem
Guardar o estojo em ambiente seco e limpo
Trocar o estojo a cada quatro meses
Respeitar o prazo de validade das lentes
Jamais dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno
Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e procurar o oftalmologista
Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas
Não entrar no mar ou piscina usando lentes

 

Leia mais no Canal Saúde: Cuidado com tênis evita proliferação de bactérias

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